• Caridade e solidariedade

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 24/02/2018 13:05

    Depois de um longo período natalino, quando há muita referência de “amor ao próximo”, o que poderíamos concluir, mais especificamente, como “caridade e solidariedade”. Mesmo que consideremos que toda caridade seja um ato solidário com o próximo, a solidariedade raramente será uma caridade específica, mas sim um ato de bondade com o próximo ou um sentimento de simpatia com propósito de dispensar algum conforto a uma pessoa carente de companhia, por mais recursos ou estabilidade que possa ter – principalmente na velhice de cada um quando, de um modo geral, são relegados a segundo plano, carentes, às vezes, de ouvir o som de uma palavra confortante – principalmente quando seu isolamento for em função de um mal físico.

    Solidariedade também é a espontânea reação de ajudar alguém a “levar” um fardo pesado ou executar uma tarefa sozinho e ouvir de alguém, simplesmente, “se precisar de ajuda, pode pedir” que se pronuncia automaticamente sem, efetivamente, ter intenção de ajudar, para não perder seu “tempo”. São os cacoetes do ser humano que não se corrige, não se conscientiza do ato  e que ninguém se dá conta quando assim age.

    Observo a maioria das pessoas falarem sempre “de” Deus, numa expressão automática, mas raramente vejo alguém falando “com” Deus, mudamente, por seus atos e suas atitudes, mesmo que seja uma simples gentileza de ceder lugar num coletivo, quando todos, ou dormem, ou fazem olhar de paisagem como dizendo “não estou nem aí” – quando muitos até se negam a dar um simples cumprimento.

    Sempre aparteio alguém quando sai pela tangente, justificando não escrever um poema metrificado por ser a poesia pura inspiração – o que é um disparate se para tudo na vida há necessidade de inspiração: para escrever um texto, pintar numa tela, compor uma música, e até para se fazer uma caridade o que, aliás, é muito mais complexo do que um simples ato de solidariedade – mesmo que nos consuma algum tempo ou até um dia inteiro. Assisti na TV uma senhora de mais de 90 anos trabalhando na cozinha para preparar  comida para indigentes – um dom exclusivo de alguns que necessitam de muita disposição e, principalmente, de inspiração para assim agir.

    Portanto, falemos “menos de Deus e mais com Deus”, calados, mentalmente, por nosso comportamento perante os demais, que Ele, certamente, ficará mais agradecido. Conforme disse o escritor uruguaio, Eduardo Galeano :“Caridade é muito vertical, de cima para baixo. Solidariedade é horizontal, respeitando as outras pessoas porque temos muito que aprender com elas”.” – jrobertogullino@gmail.com

    Últimas