• Capitalismo e desemprego

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  • 27/06/2019 09:00

    A persistência dos índices de desemprego e a incapacidade do modelo liberal-burguês de tirar o país de mais uma crise atestam não só a falência deste sistema como também confirmam a gravidade da situação em que vive a maioria do povo trabalhador no Brasil.

    Do golpista Temer aos dias atuais nada mudou para melhor, ao contrário. Desde 2016, houve um aumento assustador no desemprego crônico, ou seja, no número de pessoas que procuram e não encontram colocação no mercado de trabalho. Temos mais de 15 milhões de desempregados que, somados aos subempregados e aos que desistiram de procurar emprego, produzem números impressionantes que espelham a desigualdade existente entre nós.

    A exclusão começa na Educação, onde a maioria não completa o ensino fundamental e só cerca de 17% consegue chegar à universidade, e culmina na desigualdade entre gêneros e raça, onde 54,2% dos desempregados são mulheres e em sua maioria negras.

    As propostas liberais de enfrentamento do problema não conseguem ultrapassar o âmbito do individualismo, como o apregoado e incentivado “empreendedorismo”, que veio substituir o “bico” e o “biscate” nominalmente. Todavia, o pomposo nome não é suficiente para evitar mais esta arapuca de endividamento do pequeno burguês que busca a ascenção de classe. Sem acesso ao crédito barato e sufocado pelas altas taxas de juros do mercado financeiro, o pequeno empreendedor sucumbe à derrocada econômica e não encontrando saída para seus produtos ou serviços não tem alternativa senão fechar as portas voltando à situação anterior de desempregado, mas agora também endividado.

    O desemprego estrutural é inerente ao capitalismo e desde sempre constitui um dos mecanismos destinados a pressionar para baixo os salários. Na atualidade, assumiu feições de resultado do próprio desenvolvimento do sistema, retroalimentando os mecanismos que o originaram. Isto é, tornou-se um fenômeno persistente em todas as economias capitalistas, alimentado por sucessivas crises econômicas e pela reengenharia de pessoal que todos os anos coloca na rua contingentes inteiros de trabalhadores tornados dispensáveis pela “otimização” das operações e pela utilização de novas tecnologias na produção industrial e nos serviços.

    Não há saída sem transformações estruturais, o que implica no rompimento com o sistema de dominação e exploração capitalista. E para levar a cabo esta tarefa de monta faz-se necessário a constituição de um bloco de forças da classe trabalhadora, dos assalariados das camadas médias, dos pequenos proprietários do campo e das cidades e da intelectualidade progressista em oposição ao atual bloco reacionário e subalterno ao imperialismo no poder. Somente uma aliança dessa natureza será capaz de promover mudanças com vistas à construção de um país igualitário, que ataque não só o desemprego mas também suas causas.

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