Caos no trânsito: vias interditadas próximo a realização de grandes eventos são preocupação
Com a chegada do inverno e grandes eventos se aproximando, trânsito pode ficar ainda mais caótico
Meses após as chuvas de fevereiro e março de 2022, a mobilidade urbana de Petrópolis continua totalmente impactada pelas interdições totais ou parciais em vias principais da cidade. De acordo com o boletim de trânsito divulgado pela CPTrans nesta quinta-feira (23), pelo menos 13 ruas contam com algum tipo de bloqueio – no dia seguinte à chuva de 20 de março, o boletim oficial apresentava 16 interdições em ruas da cidade. Com cada vez mais eventos confirmados e o movimento de turistas voltando a crescer após a tragédia, o trânsito petropolitano, que já era caótico antes do verão de 2022, fica cada vez pior.
O número total de interdições varia, em alguns casos, de acordo com os cronogramas de obras nos bairros. Das vias interditadas logo após o último desastre natural, apenas as ruas Conde D’Eu e Francisco Scali permanecem com a passagem bloqueada, enquanto outras foram incluídas após as chuvas.
De terça para quarta desta semana, a Rua Primeiro de Maio, na interseção com a Rua 24 de Maio, foi incluída na lista de interdições, indicando o início de obras na via. A Rua Visconde de Souza Franco também ficou interditada, porém apenas entre 14h e 22h de quarta para um evento religioso.
Vias importantes, como a Washington Luiz, já foram liberadas, mesmo que ainda operando em meia pista enquanto as obras no local continuam em andamento.
Em outras ruas, como a Monsenhor Bacelar e a Doutor Nelson de Sá Earp, o tráfego ainda sofre alterações – nos dois casos, as vias passaram a operar em mão dupla. As mudanças permanecem já que a Washinton Luiz ainda não tem capacidade de receber o fluxo normal que recebia antes das chuvas.
Com o aumento no fluxo de veículos e a redução de uma faixa no sentido original da Monsenhor Bacelar e da Doutor Nelson de Sá Earp, também começam a surgir buracos ao longo dos trechos.
Além disso, com o tráfego nas vias operando em dois sentidos, o tempo necessário para um veículo passar pelo trecho também tem sido maior, em especial quando se considera que ambas vias possuem papel importante para moradores do Centro e de bairros como Valparaíso, Quitandinha, Bingen e Mosela.
O trânsito intenso na cidade tem causado impactos principalmente no transporte público, já que diversas viagens de linhas de ônibus têm sido perdidas por causa dos congestionamentos. Na última semana, por exemplo, um ônibus que opera na linha 402, no bairro Taquara, saiu com mais de uma hora e quinze minutos de atraso do ponto na Rua Paulo Barbosa, situação que vem se tornando cada vez mais comum em muitas outras linhas.
Na ocasião, o Setranspetro informou que o trajeto da linha, feito normalmente em 30 minutos, teve o tempo ampliado para 1h05, por conta de uma retenção na Rua Coronel Veiga, que provocou forte congestionamento na região, prejudicando todas as 24 linhas de ônibus que utilizam o trecho. Não foi informado quantas viagens foram perdidas neste caso específico.
Um outro problema é a falta de vias alternativas, como a Avenida Portugal, no Valparaíso, que sempre funcionou como uma saída para o trânsito da Coronel Veiga e Washinton Luiz. Com o trecho liberado apenas por três horas diárias e só para veículos leves, o fluxo nas vias principais continua aumentando.
Nesta quinta-feira (22), o motorista petropolitano perceberá ainda mais a falta que a Avenida Portugal faz, já que a Rua Coronel Veiga está interditada no sentido Centro por pelo menos cinco horas, entre 9h e 14h, para a retirada de pedras e entulhos na margem da via.
Para isso, a CPTrans indica que motoristas terão a Castelânea como rota para acessar o Centro. Mas vale lembrar que, na Castelânea, uma outra via permanece interditada há meses, a Rua Conde D’Eu.
Grandes eventos causam retenções ainda maiores em meio a interdições
Enquanto as interdições continuam valendo em alguns locais e outros ainda possuem retenções ou trechos em meia pista, o número de turistas visitando a cidade continua aumentando, em especial à medida em que o frio chega na região. Com isso, o trânsito que já é problemático durante os dias úteis fica ainda pior durante os fins de semana ou em dias de grandes eventos.
Durante o primeiro fim de semana da Oktoberfest Imperial, a Turp Transporte informou que linhas que passam no entorno do Parque de Exposições, em Itaipava, registraram atrasos de até 50 minutos.
Apenas na tarde de sexta-feira (17), por exemplo, o trecho de 3,1 quilômetros, entre o Trevo de Bonsucesso e o Terminal Itaipava, que normalmente é concluído em 13 minutos, teve a média de tempo elevada para 44 minutos.
Ao considerar que, diferente da região do primeiro distrito, não há interdições nas vias de acesso à Itaipava, o impacto das interdições na realização de eventos no Centro Histórico, como a Bauernfet, pode parar de vez o trânsito da cidade.
Tradicionalmente, a Bauern já é marcada por fortes congestionamentos, em uma Petrópolis sem interdições ao redor do Centro ou obras grandes sendo realizadas em praticamente todos os bairros.
Confira as interdições na cidade (atualizado nesta quinta-feira, dia 23):
Vias interditadas:
**Cel. Veiga
– **Ponte Fones a Duas Pontes sentido Centro das 9h às 14h
Rota alternativa: Castelânea ou Bingen
Castelânea
– Rua Conde D’Eu (interditada para obras na via)
– Rua Primeiro de Maio (interditada na interseção com a Rua 24 de Maio para obras na via)
Quissamã
– Rua Francisco Scali
Cascatinha
– Rua Oliveira Bulhões
Valparaíso
– Rua Romão Júnior
Independência
– Rua Padre José Maurício (Bairro Mauá, interditado na altura do número 150)
Vias em meia pista ou livres para veículos leves ou apenas para moradores:
Centro
– Rua Barão de Águas Claras
Siméria
– Rua Manoel Francisco de Paula
– Rua Infante Dom Henrique (Siméria X Cremerie)
Fazenda Inglesa
– Estrada da Vargem Grande (apenas veículos leves)
Valparaíso
– Avenida Portugal (Batata Frita) liberada das 17h às 20h a veículos leves, sentido bairro.
– Rua Padre Moreira (apenas veículos leves)