Caos no trânsito: ruas e servidões com resto de lama e destroços provocam transtornos
Circular em Petrópolis nesta segunda-feira (7), 20 dias depois do maior desastre socioambiental da história da cidade, é um desafio de paciência. Com vias importantes, como a Washington Luiz interditadas, há engarrafamentos enormes nas ruas Saldanha Marinho e Coronel Veiga, por exemplo, já que os motoristas estão sendo direcionados para o Valparaíso (onde também há trânsito intenso) e desembocam no acesso à Monsenhor Bacelar, que também está congestionada, funcionando em mão dupla. Em outros pontos, como a Praça Pasteur, o trabalho de máquinas e caminhões provoca também retenções. Na Avenida Ipiranga, a retenção teve reflexo até na Rua Quissamã.
“São quase 20 dias. A gente sabe que teve muita ocorrência, muita barreira, mas a cidade já recebeu muito apoio também. Era de se esperar que, a essa altura, já tivessem liberado pelo menos as vias principais”, reclama Gustavo Nogueira, gerente de loja.
Na rua Teresa, um dos locais mais castigados pelos deslizamentos de terras, ainda há obstrução no trecho em frente à Caixa Econômica Federal. Ali, máquinas ainda retiram escombros e lama dos imóveis atingidos pelas pedras e lama. Controladores de trânsito organizaram na manhã de hoje um sistema de mão dupla na pista que segue em direção à Rua Padre Feijó. Em outros pontos, a passagem já está liberada, mas ainda há muita lama reunida em trechos próximos ao shopping 608, por exemplo. Uma realidade com a qual o comércio do maior “Shopping à Céu aberto” do país terá de acostumar, pelo menos nesses primeiros dias de reabertura – as lojas estavam fechadas desde a tragédia do dia 15 e algumas começaram a abrir desde a última sexta-feira.
Interdições
Segundo a Prefeitura, seguem interditadas: a Rua do Túnel, Rua Washington Luiz, Rua Barão de Águas Claras e Rua 24 de Maio (no centro); a Estrada do Paraíso (Sargento Boening), Rua Carmem Ponte Marcolino (Chácara Flora); Rua Gregório Cruzick (Itamarati); Avenida Portugal (Quitandinha). Outras vias, como a Rua Bingen, onde parte da via desabou sobre o rio, no trecho próximo à Universidade Estácio de Sá, seguem com interdição parcial.
Tanta interdição tem feito com que os motoristas já não saibam a rota que vai tirar do trânsito pesado. “A gente tem circulado, procurando alternativas. Às vezes passando pela BR-040, às vezes passando por outros bairros, vias secundárias. Agora, com as aulas voltando nas escolas, a tendência é se tornar ainda mais complicado”, diz a psicóloga Tâmisa Almeida.