• Campos Neto sobre decisão do Fed: nas últimas seis, sete semanas, cenário externo melhorou

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 20/ago 11:27
    Por Eduardo Laguna e Cícero Cotrim / Estadão

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apontou nesta terça-feira, 20, uma melhora no cenário externo, dada a expectativa de início de cortes de juros nos Estados Unidos. Durante o Macro Day, fórum realizado pelo BTG Pactual, ele disse que houve uma diminuição, nas últimas seis ou sete semanas, do risco de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não cortar ou levar mais tempo para começar a baixar os juros da maior economia do mundo, o que prejudicaria a liquidez global, com impacto nas economias emergentes como o Brasil.

    Conforme Campos Neto, hoje está menor o risco, que era o mais preocupante, de no-landing nos Estados Unidos – ou seja, de a economia norte-americana não desacelerar, fechando espaço para corte de juros pelo Fed. Hoje o que prevalece, frisou, é o cenário de pouso suave nos Estados Unidos.

    O presidente do BC lembrou que o ponto de inflexão foi a divulgação de indicadores mais fracos nos Estados Unidos, levando a uma expectativa que considerou “precipitada” de desaceleração um pouco mais forte no país. “O cenário que prevalece é de desaceleração organizada nos Estados Unidos”, comentou.

    Embora reconheça que as propostas debatidas nas eleições americanas são inflacionárias, Campos Neto ponderou que o mercado começou a entender que existe menos espaço a políticas contracíclicas no mundo, já que os governos não tem espaço fiscal para responder a uma desaceleração da atividade.

    A observação foi feita após Campos Neto ressaltar que a dívida global cresceu muito rápido, levando a um aumento no custo de carregamento, levando como consequência a um aumento no custo de financiamento que começa a ser sentido em alguns países emergentes.

    Assim, a percepção de melhora fiscal no mundo ficou mais sincronizada, e a tendência é de desaceleração dos impulsos fiscais em vários lugares do mundo. “Nos últimos tempos, parece ter entendimento de que o fiscal entrou em sintonia no mundo”, disse o presidente do BC, acrescentando que o fiscal cliff (abismo fiscal) está acontecendo de forma “mais ou menos organizada”.

    Ele observou ainda, ao falar do cenário externo, que o volume grande de carry trade com iene está sendo desarmado. Por outro lado, lembrou, a China está passando por desaceleração, saindo de consumo externo para exportação, sendo que seus produtos enfrentam alta de tarifas em mercados externos.

    Últimas