• Campos Neto reconhece movimento da inflação mais persistente e intenso

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  • 30/03/2021 15:55
    Por Eduardo Rodrigues e Eduardo Laguna / Estadão

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu novamente que o movimento recente da inflação no Brasil foi mais persistente e intenso do que o que autoridade monetária esperava e alertou mais uma vez para o risco de contaminação da inflação de 2022. Por isso, esse reforçou a necessidade de uma alta mais forte e rápida da taxa Selic, elevada neste mês em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano.

    “A Selic em 2,00% foi pensada para um cenário que não se concretizou, com uma queda maior do PIB em 2020 e uma inflação mais baixa. Essa Selic de 2% ao ano está longe do que seria uma taxa estimulativa em condições normais, por isso iniciamos um ciclo de normalização parcial. Achamos que um movimento mais rápido e forte pode fazer a alta total da Selic ser menor. Era importante frear o movimento da inflação o mais rápido possível”, completou, no evento virtual ‘Encontro Daycoval – Perspectivas Econômicas e de Investimentos para o Brasil 2021’, que conta com apoio do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e do jornal O Estado de S. Paulo.

    Campos Neto afirmou que, antes da pandemia, havia um consenso entre os banqueiros centrais de países desenvolvidos de que a inflação havia se tornado um problema distante. Esse cenário, porém, se reverteu com a necessidade de adoção de um conjunto amplos de estímulos na crise.

    “No Brasil, importamos o conceito de que a inflação estava morta. Existe uma grande força benéfica em tentar ajudar os mais carentes, mas o custo fiscal está diferenciando o Brasil e contribuindo para a inflação. Com a história inflacionária recente que temos, precisamos ter um cuidado especial e o BC está atento para isso”, acrescentou o presidente do BC.

    Mais uma vez, Campos Neto afirmou que a inflação recente é derivada da alta das commodities e do câmbio, citando ainda a pressão sobre os combustíveis causada pela política de produção dos países membros da Opep.

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