• Campanha para o Burger King ‘bugado’ traz mais dois ouros para o Brasil

  • 23/06/2022 08:12
    Por Fernando Scheller, enviado especial / Estadão

    Uma campanha da rede de fast-food Burger King foi o grande destaque entre as premiações brasileiras no terceiro dia do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade de 2022. O projeto Burger Glitch, ou Burger “bugado”, levou dois Leões de Ouro nesta quarta, 22: um na categoria Mobile Lions, que premia peças publicitárias desenvolvidas para dispositivos móveis, e outro em Brand Experience & Activation, que julga as ativações que as marcas fazem diretamente com seus clientes. O Estadão é o representante oficial de Cannes Lions no País.

    A campanha, criada pela David São Paulo, tentava atrair o público jovem com uma linguagem intimamente ligada ao universo dos games: mais especificamente, dos “bugs” que de repente aparecem na codificação dos jogos. A partir de uma ferramenta “mobile”, a marca desenvolveu um jogo próprio, no qual os clientes tinham de encontrar “bugs” nas promoções do Burger King, tendo acesso a descontos ao realizar a tarefa. Além disso, a rede também enviou sanduíches “bugados” – com ingredientes trocados ou de finalização imperfeita – para influenciadores digitais, com o objetivo de reforçar o recado da campanha.

    De acordo com os criadores da ideia, além de ser uma forma de atrair especialmente o público entre 18 e 25 anos, a brincadeira com os “bugs” também serviu para “celebrar a imperfeição” – uma ideia que poderá vir a ser aproveitada de outras formas na comunicação da marca.

    De acordo com Edgard Gianesi, diretor executivo de criação da David São Paulo, responsável pela campanha, a relação entre a agência e o cliente é simbiótica, uma vez que ambas trabalham juntas há muito tempo: o Burger King está com a David desde que a agência foi fundada, há mais dez anos. “A gente é um grupo muito próximo de criação, produção e atendimento”, diz Gianesi.

    Para o publicitário, o Burger King, que sempre foi uma marca irreverente e que se posicionou de forma a desafiar o principal concorrente, o McDonald’s, está passando por um amadurecimento – e o hambúrguer “bugado” mostra isso. “A marca se constrói também em cima de si mesma, buscando ser relevante também por suas próprias qualidades.”

    Outros prêmios

    Com mais sete categorias tendo os vencedores revelados, o desempenho do Brasil ontem, para além do Burger King (que ainda levou um bronze em Mobile), foi discreto. Também em Mobile, a FCB trouxe um bronze para projeto para a Revista Raça. Em Brand Experience & Activation, a Africa ganhou um bronze com uma campanha para a cerveja Brahma (Ambev). Em Creative Commerce, vieram mais dois bronzes: VMLY&R/Santander e Gut/Mercado Livre.

    Necessidade fez Ryan Reynolds se tornar publicitário

    O festival Cannes Lions chegou ao seu terceiro dia com espaço para o entretenimento nos palcos e também nos prêmios. Um desses momentos mais “light” do festival veio com a palestra do ator canadense Ryan Reynolds, astro de Deadpool, que, embora muita gente não saiba, é também um marqueteiro de mão cheia.

    Em uma palestra realizada para mais de 2 mil espectadores no principal auditório do Palácio dos Festivais, Reynolds falou sobre como a Maximum Effort, seu negócio de marketing, surgiu a partir da necessidade de promover aquele que seria o seu filme mais famoso.

    O canadense contou à plateia de Cannes que tentou tirar do papel o projeto de Deadpool por aproximadamente dez anos. O filme, no entanto, acabou tendo um orçamento mais baixo do que produções semelhantes, e o astro sabia que precisaria fazer um esforço pessoal, além dos recursos do estúdio, para conseguir que a produção tivesse êxito. Resultado: uma campanha para lá de irreverente que transformou Deadpool em uma franquia.

    A Maximum Effort, agência que o ator toca ao lado de um sócio, já realizou campanhas para a plataforma Match.com e para a marca de equipamentos de ginástica Peloton, entre outros clientes. “Nosso conceito é de que os anúncios podem ser divertidos”, disse Reynolds. “Hoje, há muita burocracia nas marcas, e nós queremos fazer as coisas mais rápido.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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