Campanha incentiva doações e contribui para ampliação do acervo da Casa do Colono
“É difícil não se emocionar ao resgatar parte da história da minha família. É um orgulho muito grande poder contribuir para a perpetuação da história dos colonos que viveram e ajudaram a construir essa cidade”. A frase, de Patricia Essinger, trineta de Elisabeth Weber, alemã que veio para a Cidade Imperial em meados de 1830, vinda da região da Prussia, e aqui constituiu família: teve oito filhos com Paul Peter Weber. O tempo passou, mas o respeito pela história de Elisabeth continua vivo e foi por isso que sua trineta teve a ideia de doar para o Museu Casa do Colono uma bíblia luterana – escrita em alemão – e que contém registros dos nomes dos herdeiros da bíblia desde 1838. Ela participa da campanha “Você faz parte dessa História”, da instituição.
“Eu conheci o Museu e fiquei encantada com a história retratada através das peças que estão expostas. Não tive dúvidas e decidi trazer a bíblia que está com a minha família há tantos anos e que tem um valor sentimental muito grande. Apesar de ter sido guardada com muito carinho esses anos todos, passando de geração para geração, acredito que a Bíblia deve ficar no Museu para que outras famílias também vejam essa parte da história viva dos colonos que tanto fizeram por Petrópolis”, disse Patricia.
Construída em 1847 pelo foreiro de origem germânica, ex-militar do exército, Johan Gottlieb Kaiser, com as características das habitações de Simmern (cidade da Renâninia- Palatinado), hoje Alemanha, a casa, hoje Museu Casa do Colono, lançou nesse ano a campanha “Você faz parte da história” que estimula a doação de peças que remetem ao período da colonização.
O Museu é resultado de uma parceria do Instituto Histórico, Clube 29 de Junho e Museu Imperial e conta hoje com mais de 300 peças. “Acredito que essas doações auxiliarão em novas pesquisas sobre a imigração germânica em Petrópolis, reforçam a importância dessas pessoas na história da cidade e não deixam cair no esquecimento a memória dessas diversas famílias que contribuíram com a construção e desenvolvimento da nossa linda cidade”, disse Ana Carolina Vieira, museóloga do Museu Casa do Colono.
Além da Bíblia, Patricia, que mora em Guaíba, no Rio Grande do Sul, pretende doar documentos e livros. “Voltarei com mais peças. Meu pai contava muitas histórias para mim e para os meus irmãos sobre a história da família dele. Sempre com muito carinho e respeito. Ele faleceu há sete anos e quero que esses livros, documentos e relatos que ele deixou escrito e que falam da história da sua família, fiquem no Museu”, contou Patricia.
A pesquisa também teve outro desdobramento positivo. “Começamos a levantar a árvore genealógica das famílias e em janeiro desse ano fizemos o primeiro encontro dos descendentes dos Weber. Conseguimos reunir 64 pessoas e reconheci nos traços dos trinetos e até pentanetos, traços únicos da nossa família. Espero que a nossa doação incentive outras famílias e que elas participem dessa campanha tão bonita”, disse Patricia.
Oscar Paulo Braun, neto de Ana Elisabeth Weber também fez questão de acompanhar a doação. “Elisabeth veio para o Brasil em busca de uma vida melhor e aqui criou uma grande família. É um orgulho imenso entrar no Museu e encontrar fotos dela e, agora, essa Bíblia, que faz parte da nossa história”.
Quem quiser participar da campanha pode doar documentos e coleções pessoais, como cartas, livros, álbuns, utensílios domésticos e de trabalho industrial e agrícola, brinquedos, mobiliário, fotografias, acessórios femininos e masculinos, e histórias de vida que representem a imigração germânica na cidade.
“O Museu Casa do Colono retrata a história de muitas famílias que forma parte fundamental na construção da nossa cidade. Ao colaborar com a doação de peças, as famílias contribuem para a preservação desse acervo rico em memórias”, afirma o prefeito Bernardo Rossi. “O acervo pessoal das famílias é muito importante. Mesmo aqueles documentos pessoais são muito valiosos para a preservação cultural do município”, completa o diretor-presidente do Instituto Municipal de Cultura e Esportes, Marcelo Florencio.
Para participar da campanha basta encaminhar um e-mail para casadocolonomuseu@gmail.com, informando o interesse em participar da campanha, com um pequeno descritivo dos itens que deseja doar, imagens, nome completo e contatos pessoais, assim como informações sobre a família de descendência germânica que pertença. Esse material será previamente analisado e depois de 15 dias o museu entrará em contato para formalização da doação e entrega do mesmo na sede do Museu Casa do Colono.
O museu fica na Rua Cristóvão Colombo, 1034, Castelânea. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (24) 2247-3715. O horário de funcionamento é de terça-feira a domingo, das 8h30 às 16h. A entrada é gratuita.