• Caminhos para fazer valer o tempo juntos

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  • 19/05/2020 12:00

    A correria do dia-a-dia, mesmo no isolamento social… Tantos elementos para administrar; compromissos, reuniões on-line, prazos para entrega, casa. Como no meio disso tudo aproveitar o tempo em família e principalmente com aqueles que requerem mais atenção: os filhos?

    Para começar é preciso conversa, muita conversa. Explicar como a vida se estrutura as demandas que os adultos precisam atender, e o que precisam fazer para o bem dos próprios pequenos. Explicar como a vida funciona, a importância do trabalho, seu papel como a fonte que proporciona o arranjo da casa é fundamental para que a criança entenda que o tempo junto não vai acontecer em todos os momentos e que está tudo bem, haverá o tempo de troca.

    Ser família é, sobretudo, compreender e ser companheiro. A educação emocional ocorre quando nem percebemos. Por isso é importante dizer quando está cansado, falar sobre como foi o dia, como as pessoas são e como agem. Esse diálogo é ótimo para explicar como as pessoas são diferentes. Ao fazer entender que um momento de brincadeira precisa ser temporariamente suspenso ensina à criança a gerir concessões e ser empático. Mas para que isso aconteça à criança tem que ter segurança para saber que essa franqueza não é uma desculpa e que é uma exceção e não uma regra, que ser flexível também é um jeito de demonstrar o amor. 

    É possível fazer dentro do cotidiano do lar um espaço para o tempo junto. Por que não “dividir” algumas tarefas e fazê-las em parceria? Pode ser uma oportunidade para bater papo e saber mais da vida um do outro, como foi o dia, saber como está se sentindo, das relações interpessoais, estreitarem os laços e ainda fazer as tarefas serem mais agradáveis, além de compartilhar conhecimentos e contribuir para a autonomia. Da mesma forma pode-se determinar tempo específico para brincar juntos, brincadeiras fáceis, como jogos de mãos, imaginação, pintura e porque não uma leitura compartilhada? O importante é estar envolvido e cultivar o afeto. Um carinho, uma palavra amiga e principalmente atenção, estar 100% presente no “estar junto” dar uma pausa nas preocupações, nos compromissos, afinal eles tem tempo reservado também.

    Por último, não ficar desatento à vida escolar. É fundamental acompanhar o processo: deveres, tarefas, trabalhos, provas, além de ter uma boa comunicação com a escola e ser participativo. É vital para a criança saber que não está solta demais, ou que não existe dedicação a ela. E se em algum ponto bater o sentimento de culpa, reflita, pense com a razão e procure soluções. Discutir isso em família e falar dos sentimentos tende a ser um caminho para encontrar soluções de um jeito mais leve. 

    *Maria Lucia Diel Borsatoé professora de História, com pós-graduação em Educação de Jovens e Adultos e na área de Política e Sociedade. Atua na área de educação como professora particular e curso pré-vestibular. Há 10 anos envolvida com a Educação já participou de projetos de educação integral, educação infantil e EJA.

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