Caminhada Maio Roxo leva mais de 200 pessoas à Praça da Liberdade
A 6ª caminhada do Maio Roxo, que visa alertar a população para as Doenças de Crohn e a Colite Ulcerativa, aconteceu no último sábado (27) na Praça da Liberdade e reuniu mais de 200 pessoas. O evento é realizado pelo Grupo Reto Crohn Petrópolis com o apoio da Secretaria de Saúde. A mobilização contou com a distribuição gratuita de camisas, laços roxos, brindes e panfletos com orientações à população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento das doenças.
O secretário de Saúde, Silmar Fortes, destaca a importância da prevenção e alerta com relação às doenças crônicas que apresentam sintomas muito similares com gastroenterites ou viroses.
“Muito bom perceber que as pessoas estão abraçando a ideia e participando da caminhada. São doenças facilmente confundidas com outras patologias, então o paciente muda a alimentação, faz uso de medicamentos que tratam o problema pontualmente, mas com o passar do tempo os sintomas retornam. Há a preocupação ainda com a automedicação que retarda a avaliação médica e um possível diagnóstico, o que agrava a doença”, alerta Silmar Fortes.
O médico gastroenterologista do Hospital Alcides Carneiro (HAC) e coordenador do ambulatório de doença inflamatória intestinal, José Francisco da Silva Vieira, explica que a caminhada tem como objetivo enfatizar que após diagnóstico, o paciente consegue conviver com a doença sem danos à saúde.
“É preciso realizar essas ações públicas para que o maior número de pessoas possa se informar e conhecer os sintomas. Essas doenças crônicas não tem cura, mas quando diagnosticadas precocemente o paciente pode conviver bem com a doença e ganhar mais qualidade de vida”, afirma José Francisco da Silva Vieira.
A manicure Sandra Garcia, que convive com a doença há 26 anos sabe bem o que é isso. Ela é uma das fundadoras do grupo Retro Crohn Petrópolis e diz ainda que o evento é uma forma de acolher as pessoas que foram diagnosticada recentemente.
"Por ser a mais antiga do grupo eu fico com toda essa parte de apoio e acolhida aos pacientes que chegam. Eu sou a prova de que da para conviver bem com a doença de Crohn", disse Sandra Garcia.
As doenças de Crohn e Colite Ulcerativa são mais comuns entre pessoas de 12 a 40 anos ou aquelas com mais de 60 anos. Os sintomas são diarreia, com ou sem sangramento retal, e, frequentemente dor abdominal. No caso da Doença de Crohn, as fezes podem ser muco-sanguinolentas (com pus e sangue). Já na Colite Ulcerativa, o paciente pode ter febre, aftas, dores articulares e perder peso.
A professora Fabiana Moreira relata que teve um período da vida anulado devido a doença. "Ela te priva do convívio social então é um sofrimento muito grande, que vai além dos sintomas da doença. Há 8 anos do Dr José Francisco me salvou. Foi ele quem me diagnosticou corretamente. Com o tratamento correto, pude ter mais qualidade de vida", afirma.
A caminhada foi realizada por ruas do Centro Histórico, passando pela Avenida Koeler e ruas da Imperatriz e Imperador, retornando à Praça da Liberdade.