• Câmara questiona gastos com Natal Imperial

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  • 16/12/2018 13:30

    A beleza e a importância do Natal Imperial para Petrópolis é inquestionável, porém, os preços cobrados para sua construção, como um palco custar R$ 327 mil, foram motivo de vários debates na Câmara Municipal durante a semana. Os vereadores da bancada governista estão fazendo um esforço para defender o governo e o projeto natalino, mas reconhecem que há problemas. “As secretarias deveriam se juntar mais, se falar e preparar com antecedência”, afirmou o vereador Mauro Henrique Ribeiro de Oliveira (Maurinho Branco/PP).

    Ele fez esta afirmação na quinta-feira (13), ao reconhecer e concordar com a vereadora Gilda Beatriz (MDB) que faltou planejamento, inclusive por parte do Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE) que deveria ter encaminhado toda documentação para o Escritório Técnico da Região Serrana do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ETRS-Iphan), que recomendou à prefeitura que a árvore de Natal da Praça da Liberdade  fosse do tamanho da construída em 2017 – no entanto, não embargou a obra e pediu toda a documentação.

    Na terça-feira, o vereador Fred Procópio (PSDB) falou da repercussão do Natal Imperial em 2017, lembrando os vários programas e matérias publicadas na imprensa nacional destacando sua beleza. Ele lamentou o que vem ocorrendo este ano, com os vários erros e falta de programação cometidos. “Este ano está um show de horrores. Com um palco ridículo de 20 metros quadrados na Praça Dom Pedro e as denúncias são pesadas. Aconselho o prefeito a repensar este nome da cultura”, frisou o vereador Fred, chegando a comparar a situação do IMCE com a Secretaria de Educação, no governo de Paulo Mustrangi, quando foi administrada por alguém de fora que causava vários problemas para administração municipal.

    O líder do governo, vereador Wanderley Taboata (PTB), vem fazendo um esforço para defender o governo, ressaltando a importância dos investimentos para realização do Natal Imperial, geração de emprego, como foi citado por Maurinho Branco. Mas, na quinta-feira, devido às várias reclamações e denúncias apresentadas, o vereador limitou-se a fazer um crítica a atuação do Iphan, reconhecendo que dentro do governo deveria haver mais empenho para que as coisas fossem feitas de forma correta.

    Vereador encaminha denúncia ao TCE

    Para os artistas petropolitanos, o gasto de R$ 327 mil com um palco na Praça Dom Pedro, mesmo que englobe outras atrações, é um escândalo, pois há muito tempo estão denunciando a falta de pagamento dos serviços prestados ao Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE). Diante das dificuldades encontradas, buscaram apoio do vereador Leandro Azevedo (PSD) que vem denunciando os gastos da Prefeitura com o Natal Imperial e o prejuízo causado aos artistas.

    Esta semana, na terça-feira, ao apresentar da tribuna da Câmara valores gastos com a estrutura do Natal Imperial, Leandro Azevedo frisou que não é contra a festa, destacando que deve acontecer. No entanto, para ele, há indícios de superfaturamento. “Isto precisa ser investigado e estamos tomando todas as providências”. Na tarde de sexta-feira, encaminhou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) denúncia pedindo uma fiscalização no processo de licitação e dos valores contratados para o evento natalino.

    O vereador citou como exemplo 20 caixas de presente que custaram, cada uma R$ 1.150,00. Ele frisou ainda que os funcionários da Comdep fariam com muito mais carinho algo mais bonito. A vereadora Gilda Beatriz também vem realizando diversas denúncias sobre os valores contratados para execução do Natal Imperial – cujo responsável é o IMCE – e tem obtido apoio, inclusive, de vereadores da bancada governista.

    Por enquanto, nenhum vereador apresentou uma acusação ou denúncia contra o diretor-presidente do IMCE, Leonardo Randolfo, mas cobram do prefeito Bernardo Rossi uma posição com relação ao Instituto. Nos bastidores, alguns vereadores já comentaram inclusive a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ações do IMCE. “Não podemos permitir que a coisa fique solta da maneira como está, pois daqui a pouco vai prejudicar todo o governo”, comentou um vereador da bancada governista que pediu para não ser identificado.

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