• Câmara aprova início de processo de cassação contra Camilo Cristófaro por racismo

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  • 24/05/2022 18:36
    Por Levy Teles e Bibiana Borba / Estadão

    A Câmara Municipal de São Paulo aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, 24, a admissibilidade da representação que pede a cassação do vereador Camilo Cristófaro por fala racista. Foram 51 votos a favor e nenhum contra – eram necessários 28. Durante uma sessão híbrida da CPI dos Aplicativos, Cristófaro, sem saber que seu áudio estava aberto durante a sessão, afirmou: “Olha só, lavando a calçada, isso é coisa de preto”.

    Em suas redes sociais, Camilo Cristófaro se intitula hoje como o “vereador mais atuante da cidade de São Paulo”. De acordo com vereadoras negras, vereadores e vereadoras transsexuais, militantes quilombolas e outros denunciantes, o parlamentar tem repetidos registros de falas racistas e transfóbicas.

    Na semana passada, a Corregedoria da Câmara havia aprovado a admissibilidade do processo que pede a cassação do mandato do vereador. Com a decisão do plenário desta terça, o processo agora volta para a Corregedoria, que terá de elaborar um novo parecer, em que ouvirá a defesa de Cristófaro. Caso a Corregedoria aprove a punição em definitivo, o processo retorna ao plenário e precisa do aval de dois terços dos vereadores, 37 votos.

    A pena mínima prevista é de suspensão temporária de 30 a 90 dias e a máxima, requisitada pelo partido de oposição, é a cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar.

    Além desta acusação, o parecer aprovado relembra um outro episódio de setembro de 2019, em que o então vereador do PSB foi acusado em um outro caso de racismo. Segundo relatos da bancada do PSOL na Corregedoria da Casa, Cristófaro também foi flagrado depois, por inúmeras pessoas, dizendo a uma mulher negra que ela “não merecia ser ouvida”.

    No plenário da Câmara Municipal, ele chamou o vereador Fernando Holiday (Novo) de “macaco de auditório”. Na época, Holiday disse ao Estadão que se sentiu “revoltado” ao ouvir as falas. Cristófaro se defendeu dizendo que a “macaco de auditório” é uma “expressão popular”.

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