Caio Bonfim abre Mundial de Tóquio com medalha de prata nos 35 km da marcha atlética
Caio Bonfim não se cansa de acumular grandes feitos e se igualou nesta sexta-feira a Claudinei Quirino com três medalhas em Campeonatos Mundiais de Atletismo. Prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 nos 20km da marcha atlética, sua principal competição, o brasileiro repetiu a cor da medalha com 2h28min55, sua melhor marca, ao chegar em segundo nos 35 quilômetros em Tóquio.
“Desculpa o cansaço. Minha mulher mandava mensagem todo dia pedindo para lutar por nós e foi o que fiz. Eu tinha mais um quilômetro e lutei muito. Sei o quanto é difícil chegar entre os melhores e se manter”, disse um ofegante Caio Bonfim ao SporTV. “Depois da Olimpíada de Paris, uma medalha inédita. Uma inédita nos 35 (quilômetros)”, celebrou.
O atleta revelou que precisou de muita superação em Tóquio. “Sofri muito no quilômetro 28 e 29 e só pensava em terminar. Mas sabia que podia chegar longe. Entrar nesse estádio é inacreditável, um sonho. Você larga lá no começo sonhando com esse dia”, continuou, dedicando a conquista ao pai e seus familiares.
Depois de levar bronze nas edições de Londres-2017 e Budapeste-2023, o brasileiro arrancou após os 30 quilômetros, superando competidores asiáticos para garantir um lugar no pódio. Ficou atrás somente do canadense Evan Dunfee, com 2h28min22. O bronze foi para o japonês Hayato Katsuki, com 2h29min16.
Após o 30º quilômetro, depois de andar no pelotão que acompanhava os três primeiros, Caio Bonfim foi superado pelo japonês e caiu para sexto. Mas estava ‘inteiro’ na competição e rapidamente começou a superar os oponentes, subindo para o segundo lugar.
Dunfee se isolou na frente e após 15 das 16 voltas, começou a sentir dores musculares, a todo momento colocando a mão no posterior da coxa. Mas a vantagem de 42 segundos era suficiente. Ele entrou no estádio em primeiro lugar e já recebeu a bandeira no Canadá. Cruzou exibindo com orgulho a bandeira do seu país.
Logo a seguir, surgiu Caio Bonfim. O brasileiro deu uma olhada para trás e viu que estava cômodo no segundo lugar e sem condições de alcançar o canadense. Apenas evitou punições e celebrou a conquista. Cruzou exausto, mas sorridente.
O brasileiro ainda pode somar mais um grande feito no Mundial de Tóquio, já que daqui uma semana disputa os 20 quilômetros da marcha atlética, sua principal prova. Os outros dois brasileiros na prova cruzaram em 15º (Matheus Corrêa) e 27º (Max Batista).