• Cai número de grupos turismo na cidade

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 06/04/2016 17:27

    A vinda de grupos de turismo para a cidade caiu 80% esse ano. O principal motivo é a crise econômica que o país está enfrentando que faz com que os brasileiros pensem mais antes de gastar. De acordo com o guia de turismo José Pedro Soares, que trabalha na área há 32 anos, esta é a segunda vez que isso acontece nessas três décadas. A primeira foi em 1988, quando uma forte chuva atingiu a cidade causando deslizamentos. Na época, ele disse que a cidade ficou vazia por mais ou menos três meses. Em 2011, também houve queda na procura, após a tragédia que atingiu a Região Serrana, porém ele disse que não se compara ao que o município vive hoje. A queda afeta diretamente o movimento do comércio da cidade.

    A Rua Teresa é o principal Polo de Moda do município. A vocação teve início há 100 anos, impulsionada pela indústria têxtil, quando a Vila Teresa, como era chamada naquela época, ganhou sua primeira malharia. Porém foi apenas nas décadas de 1950 e 1960, quando houve o declínio das fábricas, que a rua virou, de fato, um ponto de confecções. O polo chegou a contar com 1.200 lojas abertas. Na semana passada, um mapeamento feito pela Associação da Rua Teresa (Arte), divulgou que apenas 500 lojas continuam em funcionamento. Nos últimos 5 anos, 300 fecharam as portas.

    Segundo a presidente da Arte, Claudia Pires, houve queda nas vendas em torno de 40%. Além da crise econômica, ela credita essa diminuição também ao aumento do valor do pedágio, péssimas condições da rodovia BR-040 – estruturais e com relação a violência – e também a concorrência do comércio na Baixada Fluminense que faz com que o público carioca não precise mais subir a serra para fazer compras.

    Para tentar atrair mais consumidores, na última segunda-feira, a prefeitura anunciou que vai retomar um convênio que tinha com a Arte. Com isso, a entidade passa a receber, mensalmente, R$ 15 mil para investir em publicidade. Para Claudia, esse valor precisa ser revisto porque é o mesmo que recebia em 2014. Ou seja, o convênio não acompanhou a inflação dos últimos dois anos. Além disso, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), Marcelo Fiorini, comentou que a lei da gratuidade dos estacionamentos na cidade, pode ajudar a dar um impulso, aumentando o movimento de compradores no polo de moda. 

    Esse tema, será discutido em uma audiência na Câmara Municipal no próximo dia 14. A lei municipal 7.026 prevê gratuidade no estacionamento rotativo em Petrópolis, incluindo a Rua Teresa. Para Fiorini, é preciso simplificá-la de forma a atrair mais compradores para o comércio. A lei prevê gratuidade para veículos de passeio e vans que consumam, no mínimo R$ 300,00 na Rua Teresa e adjacências. Porém, para que a gratuidade seja aplicada é preciso, que os clientes estejam acompanhados de um guia de compras. Além disso, no caso de carros de passeio é necessário que este esteja ocupado por três pessoas. 

    A lei 7.026 de 28 de dezembro de 2012 alterou a 5.766 de 2001. Para Claudia é preciso que ela seja revista porque a realidade de 2012 não é a mesma de hoje. Ela concorda com Fiorini que é necessário simplificá-la. “Exigir um guia de compras ou que o carro tenha, pelo menos, três ocupantes, dificulta o processo para o cliente”, comentou. A presidente da Arte pede ainda a participação dos empresários do Polo de Moda para que, juntos, consigam mudar o atual cenário.

    A lei diz que os veículos do tipo van que estejam transportando, no mínimo 7 passageiros, e aos automóveis de passeio que estejam transportando três pessoas, que comprovem um consumo de R$ 300 em comércio da Rua Teresa, Aureliano Coutinho ou Visconde do Bom Retiro, fica concedido até 5 horas de estacionamento gratuito em área de rotativo. A lei só é válida para passageiros acima de 16 anos, acompanhados de um guia de compras, devidamente credenciado. Cada R$ 60 em compras dá direito a uma hora de estacionamento. Até o período máximo de 5 horas. 

    Para conseguir a gratuidade, o cliente deve apresentar a um funcionário da Sinal Park, empresa que administra o estacionamento rotativo na cidade, a nota fiscal dos produtos comprados. O consumidor é ressarcido na mesma hora do valor cobrado pelo rotativo. 

    Últimas