• Cadela desaparece em ponte área em Guarulhos e tutor faz buscas em dois estados

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  • 15/01/2022 12:15
    Por Jayanne Rodrigues / Estadão

    Completado um mês após pedir apoio nas redes sociais para encontrar Pandora, sua cadela perdida, Reinaldo ainda não localizou seu animal de estimação. Desde então, o tutor já recebeu mais de 2 mil mensagens no WhatsApp sobre o possível paradeiro de Pandora. A cachorra desapareceu no dia 15 de dezembro em uma conexão da companhia aérea Gol no aeroporto de Guarulhos. A viagem tinha como destino Navegantes (SC).

    Nos últimos dias um aviso em especial renovou as esperanças de Reinaldo: a possibilidade da cachorra ter ido no sentido do Rio de Janeiro. Agora a ideia é ampliar a rota de buscas para o estado vizinho. “Eu tenho que fazer isso para tentar me acalmar. Divulgar um pouco por lá [Rio de Janeiro] também”, diz.

    A rotina exaustiva de Reinaldo começa pela manhã e só termina em torno das 23h. “Eu sei que deve tá muito difícil pra ela, como pra mim tá de continuar.” Apesar do cansaço, a estratégia dele se baseia em panfletar em bairros nos arredores do aeroporto e abordar as pessoas na rua. “A gente fica de lá pra cá todos os dias, não tem folga”, conta em referência aos grupos que se dispuseram a ajudá-lo diariamente.

    A corretora de imóveis Marcia Chagas, 52, faz parte dessa rede de apoio. Ela acolheu Reinaldo e a mãe dele em sua casa no momento em que a Gol suspendeu o custeio da hospedagem.

    “Começamos buscando ela [Pandora] na fé, porque nem sabíamos se ela estava viva”, explica Marcia. A corretora pediu licença no trabalho para reforçar a procura por Pandora. A divulgação se iniciou em grupos de causa animal no Facebook e depois expandiu para diferentes regiões de São Paulo. Segundo ela, hoje a principal suspeita é de que ela esteja aos cuidados de alguém. Por esse motivo “nós estamos focando não só em Guarulhos, mas também nos municípios vizinhos”.

    Os esforços para encontrar Pandora atraíram pessoas comuns e figuras políticas. O vereador de Guarulhos Geleia Protetor (PSDB) doou sete mil reais para incluir na recompensa da cachorra. Reinaldo acrescenta que “a Gol não coloca nada, deixando bem claro”.

    Pandora tem cinco anos e não possui raça definida. É de porte médio e tem aproximadamente 19 quilos. A cachorra de cor caramelo também possui pelagem branca em algumas partes do corpo que contrastam com a tonalidade predominante caramelo. Pandora tem três sinais perto do focinho do lado esquerdo, além de uma listra no focinho que vai até a cabeça.

    O tutor descarta a hipótese de roubo do animal. Para ele, a cachorra sumiu por irresponsabilidade da Gol. “Porque roubo seria se fosse pego ali dentro do avião lá. Ela não foi pega lá de dentro”. Sobre o momento do reencontro com Pandora, ele desabafa “nem sei como vai ser quando a gente se ver…”

    COM A PALAVRA, A GOL

    Toda a estrutura de hospedagem, alimentação e transporte necessárias para acomodar o Cliente e sua acompanhante, próximos ao local do incidente e assim facilitar as buscas, foi providenciada e custeada pela Companhia desde 15 de dezembro de 2021 e, em função de uma determinação judicial permanecerá assim por mais 30 dias, contados a partir de 5 de janeiro. Adicionalmente, apesar de declinada pelo Cliente e sua acompanhante, foi disponibilizada a ambos assistência psicológica profissional.

    Em paralelo, a GOL contratou duas empresas especializadas no rastreamento profissional de cães e outros pets desaparecidos. A primeira delas foi a “Busca Pet”, que conta com cães farejadores e que atuou incansavelmente desde o primeiro dia até quando foi possível seguir os rastros que poderiam levar à localização da Pandora (conforme relatou a própria empresa, depois de alguns dias os rastros foram apagados pelas fortes chuvas). A Busca Pet está mantida em sobreaviso caso surja qualquer nova pista que possibilite que os serviços possam ser retomados.

    A segunda empresa acionada foi a “Alerta Pet”, que presta serviços de divulgação de casos de cães perdidos e cuja contratação segue mantida pela GOL até o final de janeiro. Foi feita a afixação de cartazes ao longo da área em que Pandora poderia ter escapado, bem como nas redes sociais, em páginas de busca de pets e por anúncios feitos por geolocalização para Guarulhos e região. Além do auxílio profissional e especializado, a GOL também tem mobilizado voluntários da própria Companhia nessa busca.

    Face a este infeliz incidente, a GOL se mantém aberta a tratativas com o tutor da Pandora quando ele assim desejar, e se coloca totalmente à disposição para apoiar iniciativas que efetivamente possam ajudar a encontrar a cachorra além de buscar reparar materialmente e moralmente o dano causado.

    A Companhia mantém um grupo de trabalho permanente, dedicado a participar de estudos e fóruns que possam resultar em melhorias contínuas de processos, normas e protocolos. Nos comprometemos a, à luz desse triste caso, revisar todas as etapas que envolvem o transporte anual de cerca de 200 mil pets a fim de aprimorá-lo, evitando que situações como essa jamais possam voltar a acontecer.”

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