Buscando mudanças
A cada toque de nova mensagem do whatsapp a tensão aumenta, sobressaltando-nos com a expectativa pelo conteúdo que vamos receber.
Não é raro o anúncio da morte de mais um policial, como tem acontecido quase todo dia.
Aos líderes da PMERJ e PCERJ, bem como aos demais companheiros da segurança pública, restam – com essas notícias- a tristeza, o luto e o pedido de Fé.
Mas como evitar que nos tornemos a cada dia mais insensíveis, se isso é próprio da natureza humana?
Acostumarmo-nos a cenários de barbárie e difíceis de transpor, porém, não pode ser singular à profissão que exercemos. E isso, mesmo que os níveis de violência possam crescer e crescer ainda mais!
Temos a particularidade de – como cidadãos – depositar esperança na expertise – temporal e territorial – aliada ao conceito favorável junto à sociedade – nos Militares e nas Forças Armadas, pois eles carregam uma imanente independência, suficiente para nos auxiliar a transpor o rio caudaloso em que se transformou o crime – organizado ou não – buscando, ao final, mudanças importantes para nossa sociedade.
A união de esforços das Polícias Militar e Civil, Forças Armadas, SEAP e demais órgãos de segurança pública pode encontrar um caminho adequado, onde será possível fomentar, de forma clara e duradoura, mudanças legislativas que certamente nos farão retornar aos níveis minimamente toleráveis de violência.
Precisamos recompor – humana e materialmente – a Polícia Ostensiva, recapacitando-a para que exerça plenamente seus poderes constitucionais.
Da mesma forma com a Polícia Judiciária e seu caráter investigativo, notadamente em seu viés técnico – científico, permitindo a identificação séria e segura do criminoso e sua consequente prisão. A sociedade clama e merece!
Mas isso só não basta. Numa análise mais abrangente, é de suma importância que os líderes da intervenção conduzam a uma mudança legislativa rápida – que segregue mais duramente o criminoso, afastando-o por mais tempo de sua perniciosidade criminosa.
As penas e formas de cumprimento prisional devem ser alteradas, de modo que imponham ao criminoso uma nesga que seja de temor, dando à sociedade a sensação de confiança na Polícia e no próprio Judiciário.
Os operadores da segurança pública estadual – militares e Forças Armadas em especial – questionarão como conseguir tal façanha?
Vamos subir o primeiro degrau.
Ao Gestor máximo da Secretaria de Segurança caberia – primordialmente – a análise de mudanças no SIM – sistema integrado de metas – de modo a demonstrar ao público interno que nossa percepção foi alterada e que o trabalho do policial estará valorizado. Seria um excelente recurso.
Ao público externo, cooptar para melhorar.
Com apoio popular e da mídia, recursos materiais extraordinários poderão ser canalizados, sendo necessário apenas mostrar à sociedade que precisamos repensar temas como férias dobradas, assessores em número excessivo, além de outras extravagâncias. A hora é de indagarmos até sobre a relevância do denominado ponto facultativo e de alguns outros pontos que podem ser conduzidos pela intervenção, cujos líderes conhecem bem a realidade do Brasil. Por possuírem credibilidade junto às sociedades nacional e internacional, têm eles aptidão suficiente para conduzir um novo processo, colocando o Estado do Rio de Janeiro em destaque positivo perante o mundo em que vivemos.
Rumemos a dias melhores!