• Buracos nas calçadas da Rua do Imperador põem idosos em risco

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 30/11/2018 16:53

    A empresária Ida Milana já perdeu as contas de quantas vezes seu pai, que tem 88 anos, caiu nas calçadas do Centro Histórico. Por causa da frequência com que aconteciam as quedas, ela acabou contratando uma cuidadora para acompanhá-lo nos passeios. No último sábado, Ida também caiu na Rua do Imperador, próximo ao número 786, onde fica o Mc Donalds, pisou em um buraco e na queda acabou machucando o joelho e o cotovelo. Essa foi a terceira vez que ela se acidentou só na Rua do Imperador.

    Leia também: Moradores temem acidentes em rede elétrica no Serrinha

    Pode parecer coincidência, mas infelizmente não é. O péssimo estado de conservação das calçadas do Centro Histórico tem transformado tombos e tropeços em rotina no dia a dia dos pedestres. As vésperas do Natal Imperial, que depois da Bauernfest é o evento que mais atrai visitantes para o Centro Histórico, as calçadas com ladrilhos soltos e trechos totalmente irregulares deixam a desejar e se tornam perigo para os passantes.

    “Contratar alguém para acompanhar meu pai foi a solução que encontrei para que ele não se acidentasse tanto. Algumas vezes, as pessoas que o socorreram chegaram a chamar a ambulância porque ele estava sozinho. Suas quedas não são apenas por causa das dificuldades da idade, mas são principalmente por causa dos problemas nas calçadas que contribuem para esses acidentes”, disse Ida.

    Se as dificuldades já são grandes para a empresária, que não tem problemas de mobilidade, imagina para a Marise Figueiró, de 74 anos, que é cadeirante. “Estou pensando em me mudar, moro na Dr Nelson de Sá Earp e a calçada é tão inclinada que já não consigo acessar a portaria do prédio sozinha. Preciso de ajuda. Já cai algumas vezes na rua, e é muito ruim, sempre faço minhas coisas sozinha e sem as rampas de acessibilidade, preciso de ajuda para quase tudo”, contou Marise.

    Para a aposentada, as rampas que existem não são adequadas, algumas muito altas e a maioria nem é sinalizada. “Não adianta fazer uma rampa se ela não é acessível para o próprio cadeirante” lamentou.

    Na Rua 16 de Março, depois de presenciar alguns tombos, os lojistas acabaram sinalizando um buraco na calçada com uma placa escrito “cuidado” para alertar pedestres. Na Praça Dom Pedro II, sem ladrilhos, uma cratera se formou em um dos pontos da praça.

    De acordo com a Prefeitura, o Código de Postura do município estabelece que, em propriedades privadas, assim como comerciais, os proprietários dos imóveis são responsáveis pela manutenção das suas respectivas calçadas. Em alguns casos, como na Rua 16 de Março, e em locais com pedra portuguesa, a Secretaria de Obras faz a manutenção das calçadas.

    No caso da 16 de Março, a Prefeitura informou que a Secretaria de Obras colocou uma camada de pó de pedra para evitar acidentes e enviará uma equipe ao local hoje para identificar a causa do problema e providenciar a solução.

    Sobre a questão da acessibilidade, segundo a Prefeitura, já vem sendo construído um Manual de Calçadas Acessíveis ao lado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e da Firjan. É um documento técnico com orientações sobre como devem ser construídos os passeios públicos para pessoas com deficiência, idosos, quem conduz carrinho de bebê e a população de uma maneira geral. 

    Últimas