• Buffett defende investimentos em petroleiras em meio a debate sobre pauta ESG

  • 01/05/2021 16:55
    Por Gabriel Caldeira / Estadão

    Perguntado sobre as crescentes críticas ao setor de energia fóssil, em meio a discussões sobre a transição para fontes renováveis, o megainvestidor Warren Buffett afirmou neste sábado, dia 1º, não ter “qualquer problema” em manter ações da petroleira Chevron, maior empresa do setor nos Estados Unidos.

    Ainda que veja um movimento em direção a empresas que sigam princípios da pauta ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), Buffett considera que a Chevron ainda terá um papel benéfico à sociedade no futuro.

    “Nós vamos nos adaptar (às mudanças em torno da economia sustentável), como sempre fizemos”, ressaltou o investidor, antes de alertar que uma transição energética muito acelerada não funcionaria. “Vamos precisar de muitos hidrocarbonetos por muito tempo, e ficaremos muito felizes por tê-los”, completou, durante evento anual com investidores da sua gestora Berkshire Hathaway.

    Buffett ainda comentou a situação de empresas aéreas nos EUA, defendendo a sua decisão de vender todas as posições da Berkshire em ações do setor há um ano, em meio ao choque da pandemia de covid-19.

    “Sabia que tínhamos um grande problema. Uma indústria que estava realmente vendendo por menos de US$ 100 bilhões perdeu uma quantidade significativa de dinheiro e ganhos futuros”, disse o investidor, antes de cravar que não compraria ações do setor aéreo, mesmo com a recuperação parcial das empresas, após receberem ajuda financeira do governo americano.

    Situação da economia

    Um pouco antes, no mesmo evento, Buffett disse que a economia dos Estados Unidos está em situação muito melhor do que qualquer previsão com “algum grau de certeza” dizia há um ano. Segundo ele, cerca de 85% da economia americana está “correndo em ritmo acelerado”. Buffett elogiou as ações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Congresso dos EUA ao oferecerem suporte monetário e fiscal, respectivamente, durante o choque da crise do coronavírus.

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