• Breve balanço de 2019 e o serviço público

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  • 06/01/2020 15:20

    2019 foi um ano no qual o serviço público esteve sempre na mira daqueles que almejam seu fim, mas também foi um ano com vitórias que merecem ser comemoradas pelo funcionalismo. 

    A luta por uma reforma mais justa da Previdência Social foi a batalha que mais nos mobilizou. De todas as pautas do ano, essa foi a principal, dada sua importância econômica e social. A aprovação da reforma sempre foi esperada. Portanto, a luta não era para barrá-la, mas para modificá-la. Havia artigos do texto que prejudicavam duramente os trabalhadores e que, portanto, precisavam ser excluídos ou alterados. Após muita discussão no Congresso Federal – e muita pressão por alguns setores da sociedade – uma série de artigos foi modificada. Uma vitória do serviço público, e também da sociedade, foi a alteração da idade mínima para aposentadoria de professores. Esses profissionais, que têm jornada de trabalho quase que dobrada, poderão se aposentar um pouco mais cedo (52 anos para mulheres e 55 para homens). 

    O ano também foi marcado por constantes tentativas de desmerecer servidores e o serviço público em geral, com destaque para algumas carreiras, como a dos policiais militares. Não estou negando que há problemas. Há maus elementos em todas as áreas e, para punir criminosos, existe a lei. Porém, a corporação como um todo não pode ser prejudicada pela ação indevida de poucos. Esses profissionais são mal remunerados e correm riscos de vida diariamente, razão pela qual chegam à velhice com problemas físicos e mentais. A corporação precisa do apoio da sociedade e não ser tratada como inimiga. 

    A reforma administrativa que está por vir pode significar o fim do serviço público no Brasil. Se aprovada, permitirá que servidores com estabilidade sejam demitidos, favorecendo perseguição ideológica, especialmente em cidades do interior e localidades onde ainda há coronelismo. 

    Ainda há uma PEC Emergencial que propõe, entre outras medidas, a redução da jornada de trabalho e dos salários dos servidores de estados e municípios em até 25%, por período de até dois anos, quando estiverem em situação de aperto fiscal (diferença de 95% entre despesas e receitas). Além disso, também ficarão proibidos de fazer concursos públicos e conceder reajustes salariais, mais uma vez prejudicando os trabalhadores. 

    E, quando o serviço público é precarizado, quem depende dele, em especial os mais pobres que não têm condições de arcar com saúde e educação privadas, é prejudicado também. 

    Apesar do ano pessimista que se aproxima, as lideranças não devem e não irão se intimidar. Há muito ainda pelo que lutar, mesmo batendo de frente com políticos poderosos. Enquanto eles vem e vão, o serviço público permanece.

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