• Braskem tem alta de 20% na B3 com oferta do fundo Apollo

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  • 12/10/2022 07:03
    Por Fernando Scheller e Amélia Alves / Estadão

    A ação da petroquímica Braskem, que tem entre suas principais sócias as gigantes Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras, disparou ontem na B3, a Bolsa brasileira. O motivo para a corrida dos investidores em direção ao papel foi uma proposta do fundo Apollo pela companhia, que está à venda há anos e é considerada a “joia da coroa” da Novonor, que está em recuperação judicial.

    Mesmo assim, a cotação atual da companhia está muito abaixo da proposta do fundo Apollo, que se aproximou da marca de R$ 50 por ação. A proposta não seria vinculante, e a aposta de alguns operadores de mercado é de que a Novonor vai pensar muito antes de aceitar a oferta.

    Isso porque, de acordo com fontes de mercado, a Braskem é o único “trunfo” que a companhia tem em mãos para sair de seus sérios problemas financeiros. Além disso, há o fator complicador de a Petrobras, uma empresa estatal, ser sócia no negócio.

    “A Novonor deve vender a Braskem se tiver certeza de que conseguirá resolver seu problema de endividamento com o negócio”, disse uma fonte do setor de fusões e aquisições, que pediu anonimato. “Se vender e, mesmo assim, não conseguir pagar toda a dívida, talvez não valha a pena.”

    Ainda de acordo com fontes de mercado, o fundo Apollo é bem posicionado no setor petroquímico, tendo condições de tocar a administração da companhia em caso de um fechamento de negócio.

    No passado, a Braskem chegou a firmar conversas avançadas com uma outra gigante de seu setor, a holandesa LyondellBasell. As negociações começaram ainda em 2017 e se estenderam até 2019, ainda antes do início da pandemia.

    Entre os motivos para a venda para a Lyondell não ter ido adiante, estavam questões regulatórias que a Braskem enfrentou nos EUA e também a polêmica envolvendo a operação de extração de sal-gema da companhia em Maceió (AL), que resultou em severos danos a um dos bairros da capital alagoana. Fontes apontaram, à época, que a dificuldade de prever os custos com essa questão teriam contribuído para que a multinacional holandesa desistisse do negócio.

    Em comunicado ao mercado, Braskem, Novonor e Petrobras negaram as negociações.

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