• Brasileirão ultrapassa número de 80 estrangeiros; veja lista e destaques

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  • 08/07/2022 08:00
    Por Marcius Azevedo / Estadão

    A chegada de Cristian Pavón e Arturo Vidal ao Atlético-MG e ao Flamengo, respectivamente, além do retorno de Rómulo Otero ao Brasil, agora para defender o Fortaleza, ampliaram nesta semana para 82 o número de estrangeiros em ação na atual edição do Brasileirão. A marca se aproxima do recorde de 84 da edição de 2020 e supera o ano passado, que contou com 75.

    A Argentina aparece no topo da lista com 20 representantes, distribuídos por 13 das 20 equipes da competição. Uruguai (16), Colômbia (14), Paraguai (8), Equador (7), Chile (4), China (3), Venezuela (2), Ucrânia (2), Itália (2), Portugal (2), Coreia do Sul (1) e Estados Unidos (1) são os outros países que figuram na lista.

    Vale lembrar que dos 82 estrangeiros na elite do futebol brasileiro, oito nasceram em território nacional, mas adquiriram outra nacionalidade. Éder (Itália), André Anderson (Itália) e João Moreira (Portugal), no São Paulo; Ricardo Goulart (China), no Santos; Júnior Moraes (Ucrânia), no Corinthians; Aloísio (China), no América-MG; Marlos (Ucrânia), no Athletico-PR; Chico Kim (Coreia do Sul), no Juventude, são alguns exemplos.

    Até o momento, o destaque entre os estrangeiros atua há muito tempo no Brasil. Trata-se de Arrascaeta, do Flamengo. O uruguaio tem média de nota de 7,58 por jogo, segundo avaliação do Sofascore, site especializado em estatísticas.

    O Estadão montou um Top 10 da competição com base nessas notas. Atual líder, o Palmeiras tem o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez (7,29) como destaque. A lista ainda tem Stiven Mendoza (Ceará: 7,27), Jhon Arias (Fluminense: 7,21), Nacho Fernández (Atlético-MG: 7,19), Robert Arboleda (São Paulo: 7,18), Victor Cuesta (Botafogo: 7,17), Carlos de Pena (Inter: 7,14), Jonathan Calleri (São Paulo: 7,13) e Eduardo Vargas (Atlético-MG: 7,11).

    É importante ressaltar que, em 2013, por equipe, no máximo três atletas estrangeiros poderiam participar da partida. No entanto, junto ao presidente Fabio Koff, o então diretor executivo do Grêmio, Rui Costa, que atualmente está no São Paulo, protocolou um pedido para que a Confederação Brasileira de Futebol ampliasse o limite para até cinco jogadores em campo ao mesmo tempo. Os clubes podem ter no elenco um número ilimitado de estrangeiros.

    O advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo, explica que o Brasil se tornou um mercado bastante atrativo para os jogadores. “Há um interesse muito grande dos jogadores sul-americanos pelo Brasil. O Campeonato Brasileiro hoje apresenta um alto nível de competitividade. A estrutura dos clubes, e dos estádios, está cada vez melhor, e esses fatores são levados em consideração pelos atletas.”

    Para o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, o mercado sul-americano se tornou uma solução para o fato de que os jogadores brasileiros estão deixando o País cada vez mais cedo. “É uma nova fonte para a captação de atletas. Além do fato de que em países como Argentina, Colômbia e Uruguai, a qualidade técnica e as condições financeiras se enquadram com o pretendido por uma Série A.”

    Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, adota discurso similar ao explicar o motivo para contratar estrangeiros. A equipe gaúcha conta com quatro gringos, sendo três nacionalidades. Dois argentinos (Fabrício Bustos e Gabriel Mercado), um uruguaio (Carlos de Pena) e um americano. “Acredito que isso se deve muito pelo fato de que, nos últimos anos, houve um crescimento muito grande na qualidade técnica desses jogadores. Podemos observar essa evolução dentro de campo e fora dele”.

    TREINADORES

    Fora das quatro linhas, também é fato que o futebol brasileiro tem atraído treinadores estrangeiros. Eram oito técnicos até esta quinta-feira, antes de o Santos demitir o argentino Fabián Bustos, sendo quatro portugueses (Abel Ferreira, António Oliveira, Luís Castro e Vítor Pereira), três argentinos (Antonio Mohamed, Juan Pablo Vojvoda e Bustos, agora desempregado) e um paraguaio (Gustavo Morínigo).

    O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, elogia o comportamento de Vojvoda, que chegou ao clube no ano passado. “Ele propôs uma metodologia diferente que levou o time a competir de maneira mais agressiva e a lutar por posições com grandes equipes do futebol brasileiro.” O Fortaleza não repete a campanha da temporada passada neste Brasileirão, mas o time tem futebol para deixar a lanterna da competição.

    Há exemplos de técnicos estrangeiros, no entanto, que não conseguem se adaptar ao futebol brasileiro. No começo de junho, Paulo Sousa, treinador do Flamengo, não suportou uma sequência negativa de resultados e do tamanho da pressão e foi demitido. Bustos, no Santos, também começa a conviver com essa pressão causada pela falta de resultados. O time da Vila foi eliminado da Copa Sul-Americana em casa nesta quarta.

    “Normalmente, o técnico estrangeiro vem acompanhado de uma comissão que, assim como ele, sente esta mudança de país e cultura. É muito importante que os clubes consigam fazer com que os treinadores se sintam confortáveis e bem recebidos, além de oferecer um tempo necessário para uma adaptação”, afirmou Júnior Chávare, profissional com larga experiência no futebol e que trabalhou no Atlético-MG, São Paulo e Grêmio.

    Confira o top 10 dos estrangeiros do Brasileirão:

    Arrascaeta(7.58)

    Gustavo Gómez (7.29)

    Stiven Mendoza (7.27)

    Jhon Arias (7.21)

    Nacho Fernández (7.19)

    Robert Arboleda (7.18)

    Victor Cuesta (7.17)

    Carlos de Pena (7.14)

    Jonathan Calleri (7.13)

    Eduardo Vargas (7.11)

    *Notas do site Sofascore

    Veja todos os estrangeiros no Brasil:

    Athletico-PR: 8

    David Terans – URU

    Nicolás Hernández – COL

    Pablo Siles – URU

    Bryan Garcia – EQU

    Tomás Cuello – ARG

    Marlos – UCR

    Orejuela – COL

    Agustín Canobbio – URU

    São Paulo: 8

    Andrés Colorado – COL

    André Anderson – ITA

    Robert Arboleda – EQU

    Emiliano Rigoni – ARG

    João Moreira – POR

    Eder – ITA

    Jonathan Calleri – ARG

    Gabriel Neves – URU

    Palmeiras: 6

    Gustavo Gómez – PAR

    Benjamín Kuscevic – CHI

    Joaquín Piquerez – URU

    Eduard Atuesta – COL

    Miguel Merentiel – URU

    “Flaco” Lopez – ARG

    Técnico: Abel Ferreira-POR

    Fortaleza: 7

    Valentín Depietri – ARG

    Ángelo Henríquez – CHI

    Silvio Romero – ARG

    Bryan Ceballos – COL

    Anthony Landázuri – EQU

    Rómulo Otero – VEN

    Emanuel Brítez – ARG

    Técnico: Juan Pablo Vojvoda – ARG

    Atlético-MG: 5

    Junior Alonso – PAR

    Nacho Fernández – ARG

    Matiás Zaracho – ARG

    Eduardo Vargas – CHI

    Cristian Pavón – ARG

    Técnico: Antonio Mohamed – ARG

    América-MG: 5

    Orlando Berrio – COL

    Germán Conti – ARG

    Raul Cáceres – PAR

    Juan Pablo Ramirez – COL

    Aloísio – CHINA

    Santos: 5

    Carlos Sánchez – URU

    Rodrigo Fernandez – URU

    Bryan Angulo – EQU

    Jhojan Julio – EQU

    Ricardo Goulart – CHINA

    Fluminense: 5

    German Cano – ARG

    Mário Pineida – EQU

    Jhon Arias – COL

    Michel Araújo – URU

    Alan – CHINA

    Internacional: 4

    Fabrício Bustos – ARG

    Gabriel Mercado – ARG

    Johnny – EUA

    Carlos de Pena – URU

    Red Bull Bragantino: 4

    César Haydar – COL

    Leonardo Realpe – EQU

    Kevin Lomónaco – ARG

    Emiliano Martínez – URU

    Botafogo: 4

    Gatito Fernández – PAR

    Joel Carli – ARG

    Renzo Saravia – ARG

    Cuesta – ARG

    Técnico: Luís Castro – POR

    Coritiba: 4

    Adrian Martínez – ARG

    Guillermo de los Santos – URU

    Matías Galarza – PAR

    Pablo Garcia – URU

    Técnico: Gustavo Morínigo – PAR

    Corinthians: 4

    Rafael Ramos – POR

    Víctor Cantillo – COL

    Júnior Moraes – UCR

    Bruno Méndez – URU

    Técnico: Vítor Pereira – POR

    Juventude: 3

    Isidro Pitta – PAR

    Chico – COREIA DO SUL

    Óscar Ruiz – PAR

    Cuiabá: 3

    Juan Ojeda – PAR

    Christian Rivas – VEN

    Kelvin Osorio – COL

    Técnico: António Oliveira – POR

    Flamengo: 3

    Giorgian de Arrascaeta – URU

    Arturo Vidal – CHI

    Richard Ríos – COL

    Ceará: 2

    Stiven Mendoza – COL

    Jhon Vásquez – COL

    Atlético-GO: 1

    Diego Churín – ARG

    Avaí: 1

    Ayrton Cougo – URU

    Goiás: Nenhum

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