• Brasil é único país que precifica alta dos juros, afirma Campos Neto

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  • 30/ago 17:14
    Por Cícero Cotrim e Célia Froufe / Estadão

    Após traçar um panorama sobre a economia norte-americana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o mercado no mundo entende que haverá uma queda de juros nos Estados Unidos. Ao apresentar um gráfico durante evento organizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo, ele destacou que, em sua tabela, o Brasil “infelizmente” é o único país aqui que tem uma curva de alta nos juros.

    “Acho que tem algumas particularidades que a gente pode explorar depois, mas de uma forma geral, o Brasil também foi o primeiro que começou o ciclo de queda e a nossa realidade de atividade de mão de obra está um pouco diferente, ainda que vários países do mundo estão dizendo – inclusive países emergentes – que estão entrando em um ponto de inflexão”, observou ele.

    Em termos de política monetária, Campos Neto destacou que os Estados Unidos estão mostrando um movimento de queda grande em juros. Ele também demonstrou um cenário sobre a economia japonesa. “O Japão deu uma balançada muito grande nos mercados umas, duas, três semanas atrás”, disse, salientando que houve desmontagem de posição no país de carry trade de forma muito rápida, o que gerou alguma turbulência nos mercados.

    O presidente do BC lembrou que nesta semana ainda houve um dado de emprego nos Estados Unidos também muito fraco, o que levou a uma turbulência maior.

    IPCA-15

    Campos Neto disse que o processo de convergência da inflação continua preocupando a autoridade monetária, mesmo com a leve melhora qualitativa observada no IPCA-15 de agosto. O comportamento dos preços de serviços, ele afirmou, continua no foco, diante do mercado de trabalho forte.

    “Parece que, na margem, começou a ter uma influência da mão de obra apertada na inflação de serviços, mas ainda é muito incipiente, então a gente precisa de mais dados para olhar isso”, disse Campos Neto.

    Ele repetiu que as expectativas de inflação continuam desancoradas e que as inflações implícitas avançaram muito, embora tenham tido uma baixa recente. Para o presidente do BC, os dados brasileiros são “muito melhores” do que os preços indicam hoje, com fortes surpresas no crescimento econômico, desemprego baixo e um IPCA baixo.

    “Quando a gente olha para trás da história do Brasil, então a gente vê que existe uma ansiedade às vezes nos preços do mercado, mas os números não estão ruins”, afirmou o presidente do BC.

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