• ‘Brasil deve aproveitar COP30 para mostrar o que é capaz de fazer’, diz diretor da Ocean Winds

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  • 10/jun 13:23
    Por Denise Luna / Estadão

    O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Ocean Winds, Rafael Munilla – uma joint venture entre a francesa Engie e a portuguesa EDP para avançar nos projetos de energia eólica offshore no Brasil -, avalia que o Brasil deve aproveitar a COP30 para mostrar ao mundo o potencial para a tecnologia, depois que a lei do segmento foi aprovada e está em fase de regulamentação.

    “A realização da COP30 este ano no Brasil coloca o País no centro do debate climático”, afirmou em palestra no Brazil Offshore Wind Summit 2025, que está sendo realizado no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 10. “Esse papel do Brasil reforça a expectativa de transformar esse potencial em projetos concretos. Não podemos perder essa oportunidade de mostrar ao mundo do que o Brasil é capaz”, acrescentou.

    Atualmente, a Ocean Wind possui 17 projetos em quatro continentes, somando cerca de 20 gigawatts de capacidade total. No Brasil, a empresa cadastrou cerca de 18 GW no Ibama em projetos previstos para o Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

    Presente no evento, o presidente da Global Wind Energy Council (GWEC), Ben Beckwell, também reforçou que o momento é positivo para o Brasil e para a geração eólica offshore.

    “É um momento quase perfeito para o Brasil e para a indústria renovável … outras COPs eram interessantes, mas em países que não tinham grande liderança em energia renovável”, disse Beckwell.

    Segundo Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), e convidada pelo governo para ser enviada especial na área de energia da COP30, a tecnologia está chegando no tempo certo no País. Segundo ela, o cargo no evento marcado para novembro deste ano tem por objetivo trazer as demandas do setor produtivo para discussão e saber o que o governo pensa.

    “Estamos produzindo uma carta para ser divulgada dentro de dois dias que destaca os pontos que os produtores de energia renovável acham relevante para ser discutido na COP30”, informou. “Temos que ter sinalizações efetivas para a COP30. Quais são as datas, como vai funcionar o processo de eólica offshore? Qual a data do leilão de áreas para instalação das turbinas eólicas offshore?”, adicionou.

    A executiva, que desde 2016 está envolvida nas discussões para desenvolver a indústria eólica offshore no Brasil, disse confiar no crescimento do segmento, que além de energia limpa para garantir projetos de hidrogênio, data-centers, entre outros trazidos pela descarbonização da economia, gera empregos e tributos para o governo.

    “Fizemos passos muito importantes para eólicas offshore e estamos partindo para outras fases, que serão igualmente importantes. Fases essas que vão ficar bem concatenadas com o momento do mercado de energia no Brasil e com o momento do mercado de energia no mundo. Nós não estamos atrasados e tampouco adiantados”, afirmou Gannoum, afirmando que já foi criada uma base sólida para que os projetos saiam do papel.

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