Boulos diz que não vai ‘rolar na lama’ com Marçal e ataca Nunes em primeiro ato de campanha
Candidato a prefeito de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) classificou como lamentável as provocações feitas pelo influenciador Pablo Marçal (PRTB) nos últimos debates eleitorais. Nesta sexta-feira, 16, Boulos afirmou que não se envolverá em “jogo rebaixado de quem quer fazer da eleição um vale-tudo, de quem quer rolar na lama”.
Nesta manhã, Boulos recebeu em sua casa, localizada no Campo Limpo, zona sul da capital, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), sua candidata a vice. Eles compartilharam um café da manhã na residência onde Boulos vive há mais de dez anos com sua esposa e filhas. Após a refeição, os dois caminharam pelo comércio local, acompanhados por militantes e um carro de som.
A caminhada marcou o início oficial da campanha de Boulos. O candidato do PSOL busca um desfecho diferente do registrado na última eleição, quando chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Bruno Covas (PSDB), então candidato à reeleição, que faleceu em maio de 2021 em decorrência de um câncer.
Ao ser questionado por jornalistas sobre as provocações de Marçal, Boulos disse que os dois debates realizados até agora foram marcados por tentativas de rebaixamento e pelo uso de mentiras. A campanha do PSOL chegou a apresentar uma notícia-crime contra o candidato do PRTB, o que levou o Ministério Público Eleitoral a solicitar que a Polícia Federal inicie uma investigação contra Marçal por suposta prática de calúnia e difamação.
“Vou seguir nos debates apresentando propostas para o povo de São Paulo, apresentando aquilo que as pessoas querem saber”, declarou Boulos. Na quinta-feira, 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconselhou o candidato do PSOL a adotar uma postura diferente em relação a Marçal. Segundo Lula, Boulos “não deve nem fazer perguntas para ele, nem responder às perguntas dele”.
Com o slogan “coragem e experiência”, Boulos apresenta sua candidatura como “a da mudança” e destaca o apoio do presidente Lula. Foi o petista quem articulou o retorno de Marta ao PT para ser vice na chapa de Boulos. A expectativa é que a ex-prefeita contribua com sua experiência no Poder Executivo, algo que Boulos ainda não possui.
Prefeito é foco de críticas
A atual estratégia de comunicação de Boulos foca em críticas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura após a morte de Covas, de quem era vice.
“Aqui é o time do Lula. Aqui é o time que tem a Marta como vice. Do outro lado, é o time dos privilegiados, o time do Bolsonaro, com um coronel que não gosta de pobre como vice”, disse Boulos, em referência ao vice de Nunes, o coronel PM Ricardo Mello Araújo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao final da caminhada pela Estrada do Campo Limpo, Boulos pediu votos não apenas para sua candidatura à Prefeitura, mas também para os candidatos à Câmara Municipal, ressaltando a importância de eleger uma bancada expressiva no Legislativo.
Durante o percurso, o candidato fez paradas em um mercado, uma padaria, uma loja de eletrodomésticos e uma clínica odontológica. Marta Suplicy acompanhou Boulos até a segunda parada. O compromisso foi encerrado em um trio elétrico estacionado em um posto de gasolina.
À tarde, Marta e Boulos participarão de uma nova caminhada, desta vez no centro da cidade, com início no Teatro Municipal. Para encerrar o dia, eles planejam conversar com comerciantes em Itaquera, na zona leste, partindo da Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Na eleição municipal de 2020, Boulos também começou sua campanha na periferia, no bairro de São Mateus, zona leste.