• Boulos diz que defende internação compulsória para usuários da Cracolândia em casos extremos

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  • 06/jun 20:32
    Por Jean Araújo / Estadão

    O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) defendeu a internação compulsória de usuários de drogas da Cracolândia durante sabatina na manhã desta quinta-feira, 6, no canal MyNews.

    Boulos diz que a opção é uma alternativa em casos extremos de dependência química, porém, precisa ser decidida por um profissional qualificado. Ele argumenta que sustenta a ação não apenas como pré-candidato, mas como alguém que teve a oportunidade de se formar e escrever uma tese de mestrado em psiquiatria.

    “Hoje se faz todo um debate, muitas vezes artificial, em torno da internação compulsória. Sabe por quê? Porque no tema da internação compulsória, qual caso é internação? Qual caso é hospital? Qual caso é redução de danos? Essa definição não pode ser de um prefeito. Essa definição é do profissional”, alegou.

    Ele exemplifica dizendo que não contrataria um médico para projetar a casa dele, do mesmo jeito que não contrataria um político para receitar tratamento.

    “Se seu filho, sua filha, está com problema de saúde mental, você ia mandar para o Ricardo Nunes decidir o que ele vai fazer? Não. Você vai mandar para um psiquiatra, para um psicólogo. Então, a definição das formas de tratamento, ela precisa ser feita pelo profissional qualificado. E internação, no limite, é, sim, uma alternativa”, afirma.

    Antes de chegar a essas pessoas, Boulos explica que é necessário realizar a busca ativa com abordagem de profissionais que tratem as pessoas com dependência química, como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e consultórios de rua.

    “Nenhuma pessoa que está viciada, ainda mais no crack, que é uma droga pesadíssima, vai até o CAPS pegar uma senha, esperar, marcar uma consulta para depois de um mês. Isso não existe”, afirma.

    O pré-candidato também expõe mais dois pontos ligados ao assunto, a necessidade de entender o caso em sua totalidade e a segurança pública.

    “O primeiro passo é reconhecer que é um problema complexo”. O político relata que o último gestor de São Paulo que disse que iria acabar com a Cracolândia foi o ex-prefeito, João Dória. “Ele achou que acabar com a Cracolândia era botar tropa de choque da GCM e da PM jogando bomba, porque na cabeça deles a Cracolândia só existia porque as pessoas estavam juntas lá”, relata Boulos, que continua dizendo que como resultado do feito, a Cracolândia se espalhou pelo centro da cidade, agravando o problema e a distribuindo em pequenos núcleos pelo município.

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