• Boulos defende ato que livrou Janones de processo na Câmara

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  • 13/jul 07:31
    Por Karina Ferreira e Bianca Gomes / Estadão

    Pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) defendeu nesta sexta, 12, em sabatina promovida pelo site UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo, o seu parecer no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que pediu o arquivamento da representação contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) pela suposta prática de “rachadinha”. Segundo ele, rachadinha é crime, “independente de quem faça”, seja “o Flávio Bolsonaro” ou o “Janones”, mas não se pode usar “dois pesos e duas medidas” no colegiado.

    “Acredito, independente de quem faça, que rachadinha é crime. Se for o Flávio Bolsonaro é crime. O Janones, é crime. Quem quer que seja. O que eu não posso é usar dois pesos e duas medidas. Temos uma jurisprudência no Conselho de Ética da Câmara que diz o seguinte: o que ocorre antes do atual mandato como parlamentar não pode ser julgado. O que pode ser julgado é o que ocorre neste mandato”, disse Boulos, citando que deputados bolsonaristas que teriam estimulado o 8 de Janeiro e não foram julgados pelo colegiado porque ainda não haviam tomado posse.

    “Se um critério é utilizado para os bolsonaristas, esse mesmo critério precisa ser usado para quem é do outro campo ideológico”, afirmou.

    Ainda que Boulos afirme que o fato ocorreu antes do começo do mandato, o Estadão revelou que a gravação mostrando a suposta prática de rachadinha foi feita em 5 de fevereiro de 2019, um dia antes da sessão inaugural do Congresso.

    ‘Posição’

    Boulos também saiu em defesa do pedido de voto que o presidente Lula fez para a sua pré-candidatura no ato de 1.º de Maio com as centrais sindicais, em São Paulo. Na ocasião, o petista fez um apelo para que seus eleitores votassem no deputado do PSOL para prefeito de São Paulo, o que é vedado pela legislação eleitoral. Apesar de Lula ter sido condenado a pagar uma multa de R$ 20 mil, Boulos disse que o aliado não errou.

    “Não era um ato público de governo. Era das centrais sindicais. Ele (Lula) emitiu a posição dele de voto”, sustentou Boulos, que antes havia criticado o prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu adversário na corrida eleitoral, por uso da máquina pública na pré-campanha. “Eu não acho que o presidente errou. Expressou a posição dele no 1.º de Maio, num ato das centrais sindicais que não era um ato oficial de governo”, seguiu ele, ignorando que o evento chegou a ser transmitido no canal oficial da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que depois apagou o vídeo.

    Tarifa zero

    Questionado se irá manter e ampliar a tarifa zero na cidade, uma bandeira histórica de seu partido, o PSOL, Boulos respondeu que é um defensor da medida, mas que ela só pode ser feita após o fim dos subsídios ao transporte público. Ele não deixou claro se irá manter o programa aos domingos implementado pela atual gestão.

    ‘Vou cumprir a lei’, diz sobre ocupação de imóvel ocioso

    O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que, se for eleito, poderá tomar imóveis abandonados para fazer moradias populares, se baseando, segundo ele, na legislação. A declaração foi dada em sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo, ao ser questionado sobre a política habitacional que planeja implementar na cidade.

    “A ocupação acontece porque a lei não é cumprida. Eu vou cumprir a lei”, disse. “Estatuto da Cidade, lei federal aprovada em 2001. A lei diz que um imóvel subutilizado, ocioso, abandonado – muitos daqueles prédios no centro estão abandonados há 20, 30 anos, gerando insegurança para quem passa, gerando ali criminalidade, uso de droga, insegurança para as mulheres, especialmente – (o dono) tem que ser notificado. Se não cumpre função social, IPTU progressivo (tem que ser aplicado) e a Prefeitura pode tomar para fazer habitação de interesse social.”

    Boulos também defendeu sua atuação de duas décadas no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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