Botijão de gás fica 12,2% mais caro e já custa até R$ 70 quando entregue em casa
Depois da alta no preço da gasolina foi a vez de o gás sofrer reajuste. O botijão de 13 kg para uso residencial já está R$ 5 mais caro, em média, nas distribuidoras da região. O aumento de 12,2% começou a valer ontem, mas nem todos os depósitos de Petrópolis atualizaram as tabelas.A alta no preço do gás foi divulgada na última terça-feira pela Petrobras. A justificativa é o cenário externo, com estoques baixos, e os reflexos do furacão Harvey na região que é a maior exportadora mundial do produto – Houston, nos Estados Unidos. Segundo a Petrobras, os terminais norte americanos estão fora de operação e isso afeta diretamente o comércio internacional.
Na Cidade Imperial, o botijão residencial custa, em média, R$ 60, para quem busca na distribuidora, e pode chegar a R$ 70 para quem solicita entrega em domicílio. Em quatro depósitos consultados, apenas um deles ainda não atualizou os preços. A distribuidora Liquigás de Petrópolis, que fica na Rua Hermogênio Silva, no Retiro, vende a botija a R$ 50 para quem busca no local. O gás para entrega sai por R$ 65. Mas o preço baixo é por tempo limitado, conforme explicou o auxiliar administrativo Victor Vianna. “Nós estamos com o gás mais em conta porque optamos por não aumentar o preço de uma vez. Vamos segurar até que chegue o novo carregamento com o preço atualizado. Os botijões que temos aqui são do carregamento antigo, que compramos ainda sem o reajuste. A previsão é que até sexta-feira as botijas fiquem perto de R$ 5 ou R$ 6 mais caras, como temos visto”, detalhou.
Quem optou pela pesquisa de preço acabou saindo no lucro. “Passei em dois depósitos. Em um deles o gás estava saindo a R$ 58, mas, na semana retrasada, comprei no mesmo lugar por R$ 50. Como estava mais caro, decidi voltar e pesquisar em outros lugares. Até que passei aqui e vi a placa do gás a R$ 50. Não pensei duas vezes. O jeito é levar enquanto ainda está barato”, contou o comerciante Renato Luís Pinto.
Além do botijão residencial, a empresa reajustou também os preços de venda às distribuidoras do GLP destinado ao uso industrial e comercial, como os cilindros. No entanto, o aumento não passou de R$ 2,5%. Por enquanto, essa alta não foi repassada aos consumidores. Entre os estabelecimentos que utilizam o gás como matéria-prima, nenhum mudou o preço do produto final. “O preço do almoço vai continuar normal. Se de fato esse reajuste acontecer no preço do gás e se ele chegar à gente, vamos segurar ao máximo para não prejudicar o consumidor. É claro que, se a situação ficar insustentável, teremos que reajustar, mas acho que isso não acontecerá neste momento”, contou o gerente de um restaurante do Centro.
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) disse que o reajuste inibe investimentos privados em infraestrutura no setor de abastecimento. O sindicato externou preocupação com o reajuste para o gás industrial, porque “afasta ainda mais o preço interno dos valores praticados no mercado internacional, impactando justamente setores que precisam reduzir custos”. De acordo com o Sindigás, esse aumento levará o valor do produto destinado a embalagens maiores que 13 quilos a ficar 39,94% acima da paridade de importação.