• Bons conselhos

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  • 05/08/2016 12:00

    Tenho percebido, de há muito, que dar conselhos não é tarefa das mais fáceis, até porque como reza o ditado popular “se fosse bom não se dava, vender-se-ia”.

    Há que se observar, por outro lado, que os conselhos que por vezes são dados, com o fito de o aconselhado vir a segui-los, não são observados e, às vezes, muito pelo contrário, surgindo decisões em total desacordo com o pensamento daquele que, certamente, se preocupou em ajudar o seu próximo, através de palavras plenas, sobretudo, de sinceridade.

    Há alguns anos, entretanto, um estimado amigo solicitou-me um conselho com relação ao genro que obtivera êxito em dois concursos e eu, de pronto, ante minha experiência junto ao serviço público, apressei-me em lhe transmitir o meu ponto de vista.

    Senti-me feliz quando o rapaz, já casado, decidiu por acatar minha opinião, partindo para Brasília e, alguns meses após, acabando por transferir a residência da família para a Capital Federal, eis que já empossado no importante cargo.

    E mais feliz ainda fiquei quando tomei ciência, através do sogro, que o rapaz, bom profissional, correto e estudioso, vai trilhando caminhos que estão a conduzi-lo a funções de maior importância, considerando o pouco tempo de serviço já prestado à repartição onde labuta.

    Os sogros se regozijam a propósito do êxito do genro, e não é para menos; estão felizes e orgulhosos com a rápida ascensão profissional.

    O casal, em Brasília, nesta altura, já com dois filhos, obriga que os avós venham a se deslocar de Petrópolis à Capital Federal, de forma constante.

    Eu mesmo, em tom de galhofa, brinco com o velho amigo e sempre que lhe telefono indago: você está em casa ou no aeroporto?

    A verdade é que o conselho foi certeiro até porque a empresa estatal para qual o rapaz conseguira obter êxito, acabou “assaltada” por “malfeitores” e atravessa por sérios percalços.

    Por todo o exposto há que se ouvir o ensinamento do poeta quando escreveu: “Veja com quem se aconselha, nunca se deixe envolver, pois dizem que “má ovelha” põe um rebanho a perder”. E é certo que já lidamos na vida com algumas más ovelhas!




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