• Bolsonaro só vai depor à PF depois que tiver acesso ao processo, diz Wajngarten

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  • 03/05/2023 15:16
    Por Weslley Galzo / Estadão

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou como estratégia de defesa o discurso de que está à disposição da Polícia Federal (PF), mas que só vai depor sobre a suspeita de falsificação de vacinação depois que tiver acesso aos autos. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

    “A defesa do presidente Jair Bolsonaro, que aqui se encontra, ainda não teve acesso aos autos, nem mesmo ao que diz respeito aos outros investigados”, disse Fábio Wajngarten, que atua como assessor de comunicação do ex-presidente. Segundo ele, foi feita uma petição a Moraes para ter acesso a provas e indícios coletados durante a investigação.

    “O presidente virá depor tão logo tenha acesso aos autos. Bolsonaro estará à disposição, como sempre esteve, das autoridades competentes”, justificou Wajngarten, sobre a ausência do ex-presidente ao depoimento agendado para esta quarta no âmbito da operação Venire, que apura suspeitas de falsificação de informações sobre a vacinação contra a covid-19.

    Durante busca e apreensão na casa do ex-presidente, os agentes apreenderam o celular de Bolsonaro. Na mesma ação seis pessoas foram presas, entre elas o ex-agente de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Os investigadores suspeitam de falsificação nos dados dos cartões de vacinação do ex-presidente, de sua filha Laura, de Cid, sua mulher e de sua filha. Também estão sob suspeita os registros do documento do deputado Guttemberg Reis de Oliveira.

    Ao deixar sua casa na manhã desta quarta-feira, 3, Bolsonaro alegou que nem ele nem sua filha Laura foram vacinados contra a covid-19. Ele se disse “surpreso” com a operação e alegou que “não existe adulteração de sua parte” e “que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum”. O ex-presidente ainda afirmou que a ação da PF ocorreu para se “criar um fato”. Além de Cid, foram presos dois assessores diretos seus: Mauro Cid e Max Guilherme.

    De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. “Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte”, defendeu-se o ex-presidente. “Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada”, acrescentou.

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