• Bolsonaro queria Moraes preso, mas tirou prisão de Pacheco e Gilmar da minuta do golpe

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  • 08/fev 13:53
    Por Rubens Anater, Rayssa Motta, Fausto Macedo e Pepita Ortega / Estadão

    Decisão do ministro Alexandre de Moraes que deu início à operação que fecha o cerco a Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado aponta que a minuta de golpe discutida junto a comandantes das Forças Armadas pedia novas eleições e a prisão de “diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco”.

    Segundo delação e provas apresentadas pelo ministro, relator do caso, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o documento do ex-assessor Filipe Martins (preso na operação desta quinta-feira, 8) e do advogado Amauri Feres Saad, mas pediu alterações, mantendo a prisão de Moraes, mas liberando Pacheco e Mendes.

    A decisão de Moraes deflagrou nesta quinta a Operação Tempus Veritatis (a hora da verdade, em latim) e a Polícia Federal (PF) prendeu aliados do ex-presidente suspeitos de envolvimento na empreitada golpista. Entre os alvos, estão Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier Santos.

    Os investigados afirmaram, via defesa, que vão cumprir as determinações impostas pela Justiça, mas que ainda não tiveram acesso às investigações para saberem o que pesa contra cada um deles.

    Data da prisão

    Segundo a investigação da PF, Já havia até data para a prisão de Moraes. O documento aponta que no “planejamento operacional descrito pelo General Virgílio (Laércio Virgílio, general-de-brigada reformado), a prisão desse relator seria executada no dia 18/12/2022, em sua residência em São Paulo”.

    A Polícia Federal (PF) acredita que o ex-presidente Bolsonaro teve participação direta na edição da minuta golpista que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições. Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, sugerem que Bolsonaro ajudou a redigir e editar o documento.

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