• Bolsonaro diz que fez acordo com Moraes para encerrar inquérito das fake news

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 14/06/2022 09:01
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse na segunda-feira (13), que tinha feito acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no ano passado, para que ele encerrasse o inquérito das fake news. De acordo com Bolsonaro, o acerto teria ocorrido após as manifestações de 7 de Setembro, quando ele aceitou divulgar uma “Declaração à Nação”, na qual recuava dos ataques feitos a Moraes, a quem havia chamado de “canalha”.

    Na semana passada, ao criticar Moraes – que é relator do inquérito das fake news -, Bolsonaro já havia mencionado a existência desse acordo, sem dizer do que se tratava.

    O ex-presidente da República Michel Temer – que ajudou a redigir a carta divulgada dois dias após o 7 de Setembro, a pedido do próprio Bolsonaro – desmentiu o sucessor, afirmando, em nota, não ter havido “condicionantes” para a produção daquele texto.

    Na carta, Bolsonaro sustentava não ter tido intenção de agredir “quaisquer dos Poderes” e destacava que suas palavras tinham sido ditas no calor do momento.

    “Eu assinei a carta. Eu me descapitalizei politicamente. Levei pancada para caramba em troca de um cumprimento do outro lado da linha. Coisa simples até, sobre esse inquérito que não tinha cabimento”, disse Bolsonaro na segunda-feira, diante do Palácio do Planalto.

    Ao ser questionado por jornalistas se o acerto envolvia o encerramento do inquérito das fake news – que tem como alvo o presidente, seus filhos e aliados -, Bolsonaro confirmou. “Envolvia, sim. (Em) um ou dois meses, ia botar um ponto final. Lamentavelmente, do outro lado não veio nada. Lamentavelmente”, insistiu. “Tínhamos o risco do Trovão voltar para cá, ser preso e o Brasil parar. Como vamos tratar o caso do Trovão? (Moraes disse) ‘Eu vou tratar dessa maneira’. Foi discutido ali. E nada foi cumprido. Nada, zero”, completou.

    A referência de Bolsonaro é a Zé Trovão, líder dos caminhoneiros e apoiador do governo. Ele teve a prisão decretada por Moraes, antes mesmo das manifestações de 7 de Setembro.

    Foi acusado de incentivar atos antidemocráticos e chegou a ficar foragido no México. A prisão de Zé Trovão foi revogada e hoje ele usa tornozeleira eletrônica.

    Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Moraes não se manifestou até o fechamento deste texto, no fim da noite de segunda-feira.

    Últimas