Bolsonaro cita teoria da conspiração e ironiza Lula por lista em lista ucraniana
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a Ucrânia ter inserido o petista em uma lista de pessoas que, segundo o governo ucraniano, promovem narrativas consonantes com a propaganda russa. “Quer dizer, o pessoal vai entendendo a realidade”, disse Bolsonaro sobre o caso.
“Não é por causa de tomar cerveja pra resolver os conflitos não, é outro problema. Acusa ele da NOM (Nova Ordem Mundial)”, disse Bolsonaro aos apoiadores na terça-feira, 26, em frente ao Palácio da Alvorada.
O nome de Lula foi retirado da lista; nesta quarta-feira, 27, ao se atualizar a página do centro de combate à desinformação do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, o petista não aparece mais entre as pessoas que supostamente estariam fazendo propaganda russa.
A “Nova Ordem Mundial” é uma teoria conspiratória a qual sugere que exista em curso um movimento para implantação de um governo mundial totalitário. Segundo o governo ucraniano, Lula teria dito que a Rússia deveria liderar o suposto movimento.
Na lista, Lula também era citado por ter dito, segundo o governo ucraniano, que Zelensky era o culpado pela guerra, assim como Putin. A informação é referente a uma declaração de Lula à revista Time em maio deste ano.
À época, a fala de Lula gerou reação da embaixada da Ucrânia no Brasil, a qual disse que Lula estava “mal informado” e que seria convidado para uma audiência com o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach.
A lista do governo ucraniano, até o dia 26 de julho, às 9h57, conforme consultado no site Wayback machine, que permite a visualização de versões anteriores de uma mesma página na internet, continha 75 nomes.
Ela inclui personalidades de diversos países, com maioria de americanos, a exemplo do jornalista Glenn Greenwald, também citado como “disseminador de propaganda russa”. Nesta quarta-feira, 27, o número de pessoas na lista diminuiu para 72. O nome de Gleen permanece no documento.
O Estadão entrou em contato com a embaixada ucraniana no Brasil mas não obteve resposta.