Bolsonaro afirma que cadeira presidencial é ‘do povo’ e do ‘nosso Senhor’
Em discurso de campanha nesta quinta-feira, 18, o presidente da Republica, Jair Bolsonaro (PL), disse que a cadeira presidencial é do “povo” e do “nosso Senhor”. Aconselhado por aliados a tratar de temas econômicos para conquistar votos, o candidato à reeleição também afirmou, na Arena Farma Conde, em São José dos Campos (SP), que “tentaram derrubar” seu governo pela economia.
“Vocês sabem que hoje em dia é uma luta do bem contra o mal. Nós sabemos, as cores do bem, verde e amarelo, e a cor do mal, vermelho”, disse o presidente a apoiadores. “Aquela cadeira presidencial é um aprendizado, todo dia aprendemos alguma coisa, e eu sei que aquela cadeira não é minha, aquela cadeira é do povo e do nosso Senhor”, emendou o candidato à reeleição.
Assim como fez mais cedo, Bolsonaro reforçou o discurso ideológico que agrada a sua base de eleitores conservadores, mas também falou de temas econômicos. “Nosso governo domou a inflação. Teremos deflação neste mês e nos próximos. Os números da economia falam por si.”
O comitê da reeleição aposta na queda recente da inflação, dos preços dos combustíveis e do desemprego para alavancar o presidente nas pesquisas de intenção de voto. “Tentaram nos derrubar pela economia, mas um ministério unido, competente buscou alternativas e superamos a crise”, disse, ao lado dos ex-ministros Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, e Marcos Pontes (PL), que vai disputar uma vaga no Senado.
Desemprego
Pela manhã, Bolsonaro afirmou, em visita ao Parque Tecnológico da cidade, que sua gestão vem fazendo um bom trabalho na área econômica. “Sou o técnico de futebol que escalou esse time”, disse ao lado de Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes. “A taxa de desemprego cai para 8% no mês que vem, os números da economia não mentem” disse ele, comparando os índices econômicos o País com os do Chile, Argentina, Colômbia e Venezuela. “Lá, mesmo com toda riqueza (natural) as pessoas estão passando fome”, emendou.
Em rápida conversa com jornalistas, na visita ao Parque Tecnológico, Bolsonaro disse que a preocupação de sua gestão é avançar na área da ciência e tecnologia. E aproveitou para estocar o adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta corrida presidencial. “Vocês acham que padrões do Pontes, do Tarcísio ou a Teresa Cristina (ex-ministra da Agricultura) poderiam ser ministros do Lula?”
Golpe
Na conversa, o presidente refutou que estaria em curso um golpe, com o apoio de empresários num grupo de WhatsApp, por conta de suas acusações contra o processo eleitoral deste ano. “Golpe? Quem vai dar golpe, isso é fake news”, rebateu. Sobre o relatório da Polícia Federal sobre sua fala de que a vacina contra a covid poderia causar HIV, ele disse que já havia respondido à instituição, através da Advocacia Geral da União (AGU).
Bolsonaro voltou a exaltar seus colaboradores e disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo que está com deflação após a pandemia. E repetiu que o emprego está se recuperando: “Fui o único a não apoiar o fique em casa”, disse, sob aplausos e gritos de “mito” da plateia que lotou o auditório. Ele citou ainda a liberdade que dá a seus auxiliares, como ao Banco Central que “hoje é independente”.