• Bolsas da Europa fecham mistas, com destaque para proposta de fusão da BHP com Anglo American

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  • 25/abr 13:46
    Por Matheus Andrade, especial para a AE / Estadão

    As bolsas da Europa fecharam sem sinal único, em um cenário no qual a política monetária dos Estados Unidos e dos bancos centrais na Europa levou cautela aos operadores na região. Já em Londres, o destaque foi a proposta de aquisição não solicitada que a Anglo American recebeu da BHP, que levou os papéis da primeira a terem forte alta. A temporada de balanços também seguiu observada.

    O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,65%, a 502,34 pontos.

    Nesta quinta, a aposta que mais cresceu no mercado sobre a trajetória de juros dos EUA até dezembro foi a de não haver nenhum corte em 2024, após os dados trimestrais do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) apontarem um avanço não esperado pelos analistas.

    Na Europa, a etapa final para que a inflação da zona do euro volte a 2% pode ser desafiadora frente aos riscos iminentes da deterioração da produtividade e dos altos custos dos serviços, afirmou nesta quinta-feira a dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel. “Está surgindo um consenso de que podemos estar enfrentando uma última milha bastante acidentada”, disse ela, em uma conferência. “A maior preocupação é claramente a inflação de serviços.” Neste cenário, o CAC 40 caiu 0,93% em Paris, a 8.016,65 pontos, o FTSE MIB recuou 0,93% em Milão, a 33.939,75 pontos, e o Ibex35 teve queda 0,40%, a 10.983,70 pontos.

    Na grande notícia corporativa do dia, a avaliação do AJ Bell é de que a Anglo American era um “alvo fácil após a queda acentuada no preço de suas ações no ano passado”. A empresa viu o seu valor de mercado encolher 39% em 2023 devido a contratempos operacionais, preços mais fracos das matérias-primas e orientação de produção rebaixada. “Isso proporcionou uma oportunidade para um rival maior atacar o negócio, assumindo uma visão de longo prazo de que os seus ativos têm um valor considerável e de que quaisquer problemas operacionais de curto prazo podem ser resolvidos”.

    Em Londres, a Anglo American avançou 16,10%, enquanto a BHP caiu 2,24%. O FTSE 100 subiu 0,48%, a 8.078,86 pontos. Em Lisboa, o PSI também subiu, com alta de 0,19%, a 6.542,23 pontos.

    Entre os balanços europeus do dia, o da Unilever agradou e o papel da multinacional anglo-holandesa de bens de consumo subiu 5,67% no mercado inglês. Já os resultados do Deutsche Bank não levaram o gigante bancário alemão a alta de 8,18% em Frankfurt, onde o DAX caiu 0,91%, a 17.923,79 pontos.

    A Nestlé anunciou que as vendas recuaram no primeiro trimestre de 2024, a 22,092 bilhões de francos suíços (US$ 24,14 bilhões) ante 23,47 bilhões de francos suíços em igual período do ano anterior. As ações da companhia caíram 2,02% nas negociações em Zurique.

    No noticiário macroeconômico, na Alemanha, pesquisa mostrou que o índice GfK de confiança do consumidor para maio subiu para -24,2 pontos, atingindo o maior nível em dois anos.

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