Bolsas da Europa fecham em alta, recuperando parte das perdas, com foco em tensões geopolíticas
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira, 16, recuperando parte das perdas do final da última semana, quando operaram pressionadas pela escalada das tensões geopolíticas entre Israel e Irã. Por sua vez, o cenário foi parcialmente revertido, com sinalizações de que os lados não esperam seguir ampliando os ataques. O impacto do conflito nos preços do petróleo segue uma preocupação, enquanto empresas do setor se valorizam desde então. Além disso, as disputas tarifárias desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a postura dos principais bancos centrais seguem alvo de atenção.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,36%, a 546,91 pontos.
Negociadores da União Europeia (UE) esperam que a oferta de aceitar tarifas americanas de 10% sobre todas as exportações europeias para os Estados Unidos evite impostos mais altos sobre carros, medicamentos e eletrônicos, informou o jornal alemão Handelsblatt. De acordo com fontes do alto escalão da UE, a oferta europeia aos seus homólogos americanos só será feita sob certas condições e não será considerada permanente.
A semana também trará decisões de juros de vários grandes bancos centrais, incluindo do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), na quarta-feira (18), e do Banco da Inglaterra (BoE), na quinta (19). A expectativa é que ambos deixem seus juros básicos inalterados em meio às persistentes incertezas da política tarifária do governo Trump.
Em Londres, o FSTE 100 avançou 0,28%, a 8.875,22 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,75%, a 23.691,69 pontos. Em Madri, o Ibex35 ganhou 1,44%, a 14.110,80 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,94%, a 7.545,86 pontos.
O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Joachim Nagel afirmou que a decisão de cortar os juros em 25 pontos-base, no último dia 5, foi apropriada diante da melhora do cenário inflacionário. Nagel alertou, no entanto, que o ambiente de incerteza ainda exige cautela, flexibilidade e prudência nas próximas decisões. “Compromissos antecipados não fazem sentido, nem com um novo corte de juros nem com a manutenção da política monetária”, disse.
No noticiário corporativo, a Kering saltou 11,76% em Paris, após relatos e seguinte confirmação de que Luca de Meo será o novo CEO do grupo francês de artigos de luxo depois de deixar o comando da Renault, em meados de julho. A ação da montadora francesa, que divulgou a saída de Meo no fim de semana, tombou 8,69%. Circula notícia também de que a japonesa Nissan pretende reduzir sua fatia na Renault. Na cidade, o CAC 40 avançou 0,75%, a 7.742,24 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 1,24%, a 39.929,18 pontos.