• Bolsas da Europa fecham em alta; Paris avança mais de 1%, após eleição na França

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 01/jul 13:14
    Por Gabriel Bueno da Costa / Estadão

    Os mercados acionários europeus tiveram dia positivo, nesta segunda-feira, dia 1º, marcada por avaliações sobre a política na França. A extrema-direita teve resultado forte no primeiro turno da eleição legislativa no país, mas alguns analistas ponderavam que ela não conseguiria maioria absoluta, em quadro provavelmente dividido no Congresso. O resultado permitiu ao menos algum alívio, embora persista a incerteza, antes do segundo turno marcado para o próximo domingo, e investidores também avaliavam indicadores de mais cedo.

    O primeiro turno eleitoral na França foi vencido pela extrema-direita do partido Reagrupamento Nacional (RN), com pouco mais de 33% dos votos, segundo projeções. A Nova Frente Popular, aliança de esquerda, levaria pouco mais de 28% e a aliança centrista do presidente Emmanuel Macron, 21%. A maioria das disputas, porém, será decidida em segundo turno e a aliança esquerdista e o grupo de Macron haviam combinado de retirar candidatos menos competitivos da votação final, de modo a aumentar as chances de derrotar a extrema-direita.

    Diante dos resultados, o Commerzbank avaliou que uma maioria absoluta do RN seria improvável, mas também não via chance de uma aliança entre o centro e a esquerda, diante de diferenças nas questões econômicas. Já o Julius Baer considerou que a votação deste domingo mostrou uma mudança de cenário, com ganho de força do RN e Macron prejudicando sua maioria legislativa, enquanto o Rabobank via como mais provável um cenário dividido, embora acrescentasse que será preciso esperar o segundo turno para haver mais certeza.

    Nos mercados, aparentemente predominou a percepção de que, embora Macron tenha perdido poder em sua aposta de convocar eleição antecipada, a extrema-direita não terá maioria absoluta. Embora alguns analistas ponderem que o quadro de divisão de poder pode dificultar reformas mais ambiciosas, o mercado francês refletiu algum alívio, ao menos por enquanto.

    A Capital Economics afirmou, em comentário a clientes, que a falta de surpresas acabou por ser bem-vinda entre investidores, “mas o desconto nos ativos financeiros franceses ainda está presente e, na nossa visão, deve prosseguir”. Para a consultoria, dois temores do mercado não se materializaram: o RN não conseguiu maioria absoluta; e a coalizão de esquerda não se saiu tão bem a ponto de conseguir formar governo.

    Na agenda de indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da zona do euro recuou de 47,3 em maio a 45,8 em junho, na leitura final da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank, mas um pouco acima da previsão de 45,6. Ele segue, de qualquer modo, bem abaixo da marca de 50 que separa contração da expansão nessa pesquisa.

    No Reino Unido, o PMI industrial caiu de 51,2 em maio a 50,9 em junho, quando a estimativa preliminar e a previsão dos analistas eram ambas de 51,4. Já na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou, de 2,4% em maio a 2,2% em junho, na leitura anual, quando analistas previam novamente 2,4%. Na comparação mensal, a alta foi de 0,1%, ante expectativa de avanço de 0,2%.

    Para o ING, o dado alemão “mantinha a porta aberta para um corte de juros em setembro” pelo Banco Central Europeu (BCE), mas o próprio banco holandês ponderava que a inflação “permanece muito arraigada em um nível muito elevado”.

    A Bolsa de Londres fechou em alta de 0,03%, em 8.166,76 pontos, Frankfurt subiu 0,47%, a 18.321,99 pontos, e Paris avançou 1,09%, a 7.561,13 pontos. Milão fechou com ganho de 1,70%, em 33.716,54 pontos, e Lisboa avançou 1,76%, a 6.593,85 pontos. Entre ações em foco, Casino caiu 2,03%, após anunciar a venda de mais de 200 milhões de euros em ativos imobiliários. As cotações são preliminares.

    Últimas