Bolsas da Europa fecham em alta, ante PMIs e temporada de balanços; Londres renova recordes
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta terça-feira, 23, em meio a avanço acima do esperado dos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) e resultados da temporada de balanços. Em Londres, o mercado acionário renovou recordes de fechamento e intraday.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,11%, a 507,89 pontos.
O clima positivo do mercado europeu ganhou força pela manhã, frente a dados macroeconômicos melhor que o esperado. Segundo leitura preliminar da S&P Global e parceiros, o PMI composto da zona do euro subiu para 51,4 em abril, o maior nível em 11 meses, resultado motivado pela força do setor de serviços que contrapôs a fraqueza do industrial. Este cenário também se refletiu na Alemanha (PMI composto de 50,5 em abril, maior nível em dez meses) e no Reino Unido (54 em abril, maior nível em 11 meses).
Para o ING, os números da zona do euro sugerem que a atividade “está finalmente voltando a crescer” no início do segundo trimestre, mas a robustez do setor de serviços não deve impedir cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Nesta terça, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que a redução das taxas em junho é “fait accompli” (fato consumado), caso não ocorram “surpresas”.
Investidores europeus também se mantiveram atentos a resultados da temporada de balanços, que levaram os setores de varejo e tecnologia a liderar ganhos na EuroStoxx. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 1,58%, a 18.142,58 pontos, impulsionado pelo salto da SAP (+5,27%), empresa de tecnologia alemã que reportou aceleração nos seus negócios em nuvem e resultados sólidos do primeiro trimestre.
Já a Renault garantiu receita geral um pouco acima das expectativas nos primeiros três meses do ano e, apesar de pressão temporária pela queda na receita da divisão automotiva, a ação fechou em alta de 0,40%. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,81%, a 8.105,78 pontos.
Na Suíça, o destaque foram os papéis da farmacêutica Novartis (+2,44%), após resultados do primeiro trimestre superarem expectativas de lucro e receita junto a aumento nas projeções de vendas em 2024.
Em Londres, o FTSE 100 renovou hoje recordes históricos de máxima intraday, a 8.076,52 pontos, e de fechamento, a 8.044,81 pontos (+0,26%). Segundo a AJ Bell, o movimento representa a “recuperação da reputação do mercado britânico”. Contudo, o índice foi pressionado pela baixa de ações ligadas a commodities, entre elas a Anglo American (-2,27%), apesar de a mineradora informar em seu relatório que a produção de cobre teve expansão anual de 11%, a 198 mil toneladas, acima da expectativa de analistas.
Comentários do economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, também pesaram sobre o índice londrino ao fortalecer a libra e os juros dos Gilts. O dirigente expressou cautela em relação a possibilidade de cortes de juros, afirmando que a persistência da inflação segue elevada e que ainda é necessário monitorar de perto preços de serviços e o avanço salarial.
Entre outros mercados, o FTSE MIB avançou 1,89% em Milão, a 34.363,75 pontos, com destaque para alta do grupo TIM (+1,79%) diante de notícias sobre reestruturação do Conselho de Diretores. Em Lisboa, o PSI 20 subiu 1,19%, a 6.592,89 pontos. Em Madri, o Ibex 35 teve alta de 1,70%, a 11.075,40 pontos. Todas as cotações são preliminares.