• Black Friday: veja dicas de especialistas para a sua compra não virar um problema

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  • 06/11/2019 17:09

    A oportunidade de adquirir algum bem alimenta o sonho de milhões de consumidores neste fim de ano. Por isso, no Brasil, o faturamento do comércio eletrônico, por exemplo, ficou em mais de 53 bilhões de reais em 2018 e a previsão é que em 2019 ultrapasse os 60 bilhões. Pensando nisso, clientes e empresas precisam se prevenir contra os golpes nas compras em lojas online e também físicas, já que estão sujeitas a este tipo de problema com o aumento das vendas, em especial no período da Black Friday, que de forma pejorativa ganhou o apelido de “Black Fraude”.

    Estimativas apontam que, de novembro a janeiro, o mercado brasileiro tende a aquecer, graças a Black Friday, seguida pelo Natal e à liberação de recursos das contas do PIS/Pasep e do FGTS, que tendem a estimular o consumo. Dos cerca de R$ 30 bilhões que deverão ser sacados até o fim do ano, R$ 9,6 bi podem chegar ao varejo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E é justamente nesse período de maior circulação de dinheiro, em especial no comércio eletrônico, que desperta a atenção de criminosos virtuais.

    Segundo o especialista em cyber defesa, o engenheiro da computação Airton Coelho Vieira, pesquisas mostram que neste período há maior incidência da prática de crimes virtuais, sobretudo contra pessoas físicas. Os prejuízos causados pela prática criminosa, de acordo com ele, vão muito além dos transtornos financeiros, pois, através de uma ação comum desses criminosos – o chamado Phishing – são capturadas informações cruciais do indivíduo, entre eles o número do CPF, conta bancária e outros dados que podem gerar uma enorme dor de cabeça.

    “Não é paranóia. De fato, para o criminoso virtual, é uma ótima oportunidade porque durante o mês de novembro cresce muito o interesse das pessoas em aproveitarem as ofertas da Black Friday. É fundamental que qualquer um siga algumas regras básicas para não cair em armadilhas preparadas, como sites falsos e e-mail fazendo cobranças indevidas. Quando estes capturam suas informações, já era. Seus dados pessoais e financeiros ficam à mercê de bandidos virtuais”, explicou Airton, que é sócio da Petrópolis Future Tecnology, que atende a clientes do governo e privados que se interessam em proteger seus negócios de ataques virtuais.

    Autoridade em e-commerce, Álvaro Riz de Barros, diretor da Data Science da Neki, alertou para uma série de práticas criminosas durante o período de Black Friday. Com a experiência de quem trabalhou em empresas como a Sephora e Pequenos Travessos, é fundamental que o indivíduo siga algumas regrinhas básicas para evitar ser pego por aqueles que chama de “bandidos por trás de um computador”, ou até mesmo por situações curiosas como a “fraude amigável”, que consiste num filho, por exemplo, aproveitar o número do cartão de crédito do pai para comprar um bem para ele, sem que seu responsável saiba. Para esses casos, Álvaro diz que é fundamental manter-se alerta e dá recomendações importantes para não cair em desgraça na hora de receber uma fatura.

    “A Black Friday tem muitas ofertas e muitas delas chamam a atenção por serem muito baratas. Desconfie. Procure fazer uma compra através de um site confiável, checando a sua URL (endereço eletrônico comprovado). Existem criminosos que forjam um site apenas para capturar as informações de clientes. Quem for vítima deste golpe deve procurar a Delegacia de Polícia especializada em fraudes virtuais e fazer uma queixa. Mas é importante ressaltar que a ´surpresa´ pode acontecer até mesmo em casa. A ´fraude amigável´ é curiosa, porque ocorre dentro de casa e um filho pode pegar os dados do pai e efetuar uma compra de um brinquedo, por exemplo. Nesse caso, há como anular a compra”, disse ele.

    O Procon, de Petrópolis, começou os preparativos para essa época marcante por grandes ofertas, mas também de problemas ocasionados por transações eletrônicas. Aliás, a maior mobilização acontece justamente em novembro, quando surgem muitas denúncias que vão desde compras indevidas por terceiros até preços muito abaixo do custo normal. Por conta disso, o departamento iniciou um levantamento dos valores de bens comumente adquiridos na Black Friday para ter uma média a ser fiscalizada nesse período. O responsável pelo Procon, Bernardo Sabrá, deu detalhes de toda a mobilização de sua equipe para prevenir exageros e orientar no sentido de proteger o cidadão da ação de hackers.

     

    “Desde 2017, implementamos a ´Operação Black Friday´ que é uma ação em várias etapas. Primeiro, catalogamos um universo de produtos que são comumente adquiridos nesta fase como eletrônicos (Tvs, celular, fogão, tablet e outros) e fazemos um acervo com todos esses dados e comparamos os preços com as ofertas. Além do mais, divulgaremos no site do Procon uma lista com endereços de sites suspeitos, que já foram denunciados para que as pessoas evitem fazer transações eletrônicas com eles. E não é só isso. As vítimas de ações de hackers poderão nos procurar, pois embora sejam crimes que são direcionados à Delegacia especializada, podemos acompanhar o caso junto ao consumidor, oferecendo toda orientação e ajuda no que for necessário”, frisou Bernardo, que garantiu a presença de sua equipe no dia 29 em vários pontos da cidade para receber reclamações de consumidores que se sentirem lesados de alguma forma.    

     

     

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