Bispo abre Campanha da Fraternidade pedindo aos fiéis um gesto concreto de desapego e doação
Dom Gregório Paixão, OSB, ao abrir a Campanha da Fraternidade deste ano, na missa de quarta-feira de cinzas, na Catedral São Pedro de Alcântara, convocou todos a fazerem um gesto concreto de desapego e doação. O bispo pediu que as pessoas fizessem uma revisão em seus armários e as roupas que forem boas e que não são mais usadas entreguem nas paróquias em seu nome. Ele prometeu entregarar “aos bazares da igreja para ajudar as obras sociais da Diocese”.
O bispo fez este apelo lembrando uma das passagens da vida de Santa Dulce dos Pobres (Irma Dulce), um dos símbolos da Campanha da Fraternidade, que tem como tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”, com o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Dom Gregório Paixão contou que um empresário deu um testemunho no sepultamento da Santa, afirmando que ela falava três idiomas. “Segundo o empresário, Irmã Dulce falava o idioma da mente, porque queria conhecer. O idioma do coração porque queria aprender aquilo que havia conhecido. O idioma das mãos porque queria praticar o que havia aprendido e amado” contou o bispo.
Ainda referindo-se a Irmã Dulce, Dom Gregório Paixão lembrou que ela, ao longo de sua vida foi verdadeira e pedia a todos, sem fazer distinção de pessoas. “Não havia naquela mulher nenhum sinal de mentira e hipocrisia. Desejava apenas realizar o bem. Ela não estava preocupada com o que diziam sobre o trabalho que realizava. Ela queria apenas realizar a obra de Deus em sua vida”, afirmou o bispo e citando Padre Francisco Montemezzo, frisou “quando Deus se manifesta na vida de alguém à vida dessa pessoa se transforma”.
O bispo diocesano ressaltou ainda que Irmã Dulce não foi capaz apenas de enxergar quem tinha necessidade, “mas foi capaz de se aproximar, erguer e cuidar. Essa é a obra dos grandes santos e é isso que Deus, de alguma forma pede a cada um de nós”. Dom Gregório Paixão concluiu pedindo que “o exemplo desta mulher tão verdadeira e tão caridosa nos guie neste retiro de quarenta dias da quaresma e como ela, possamos abrir nosso coração ao amor de Deus”.
Em sua homilia, Dom Gregório Paixão ressaltou ainda a importância da oração, do jejum e da esmola durante o período da Quaresma. De acordo com eles estes três elementos nos une ao mandamento que “nos pede para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Durante a missa aconteceu o rito de imposição das cinzas como sinal de penitência e lembrando aos fiéis que o ser humano é feito de barro, conforme narrativa em Gênesis, nas Sagradas Escrituras.
A oração segundo o bispo nos faz olhar para o alto, para a relação com Deus, frisando que “triste é aquele que olha apenas para terra”. Já jejuar é deixar-se moldar por Deus. “Quando somos capazes de jejuar de tudo aquilo que não presta para nós, Deus realiza em nós uma obra nova”, frisou Dom Gregório e referindo-se a esmola, disse que é um momento para refletir sobre aquilo que está dentro de nós e que devemos tomar cuidado para que nosso olhar não pare na parede e nos armários de nossa vida. “Quem vive a beleza da esmola é capaz de dar algo de bom para o irmão que necessita mais do que nós”.
A missa celebrada na Catedral de Petrópolis foi concelebrada pelo Pároco, Padre Adenilson Ferreira e assistida pelos diáconos Marcos Carvalho e Rafael Sutter, além dos ministros extraordinários da comunhão. A celebração contou com a presença de paroquianos e pessoas de outras comunidades de Petrópolis.