• Bill Murray e seus papéis sensíveis

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  • 23/10/2020 12:00

    Sofia Coppola é uma artista controvertida – sua primeira aparição no cinema foi muito criticada: ela viveu uma garotinha chata na terceira parte de O Poderoso Chefão, dirigido pelo pai, Francis Ford. Depois, já como cineasta, realizou belos filmes como As Virgens Suicidas e Encontros e Desencontros, quando trabalhou pela primeira vez com Bill Murray, astro de On The Rocks.

    O filme é estrelado por Murray, que alterna, com rara delicadeza, melancolia e ironia, comprovando que, nos últimos anos, ele deixou de se dedicar apenas às comédias rasgadas (como Os Caça-Fantasmas). Ele interpreta um ator que vai ao Japão gravar um comercial de TV. Lá, participa de uma série de entrevistas em programas que, para os ocidentais, soam um tanto estranhos.

    Ao mesmo tempo, em meio a uma solidão em um mundo completamente diferente do seu, ele conhece uma garota (Scarlett Johansson), que também amargura uma solidão obrigatória, uma vez que foi “abandonada” pelo namorado, mais preocupado em realizar seu trabalho. Em um mundo beirando a uniformização, a amizade dos dois comprova que há um resto de diferença. No filme, Sofia faz um trabalho de reflexão sobre a discutível sobrevivência da originalidade em um mundo de sabor padronizado.

    Sofia e Murray voltariam a trabalhar juntos em A Very Murray Christmas, especial de Natal que realizaram especialmente para a Netflix, em 2015. O rosto que melhor traduzia uma bem dosada mistura de malícia e melancolia logo se tornou uma mina de ouro para diretores mais sensíveis. Com isso, Murray começou a atrair outros diretores – Jim Jarmusch, por exemplo, escreveu o roteiro de Flores Partidas pensando no ator. Ali, ele vive um solteirão que recebe carta anônima, informando que tem um filho de 19 anos Ele parte em uma viagem para descobrir qual ex-namorada lhe escreveu.

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