• Biden é pressionado a desistir, ganha apoio de Obama e garante que fica

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  • 29/jun 07:09
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    Após o mau desempenho do presidente Joe Biden no primeiro debate com Donald Trump abrir uma crise no Partido Democrata, estrategistas e formadores de opinião debatem se é hora de trocar o cabeça de chapa. Líderes da legenda saíram nesta sexta-feira, 28, em defesa o presidente, rejeitando pedidos para que ele se afaste da campanha. O próprio presidente buscou reverter a imagem de fragilidade com um discurso vigoroso na Carolina do Norte, em que prometeu não desistir da reeleição. Ele ganhou o apoio do antecessor, Barack Obama, que lembrou ter “perdido” um debate para Mitt Romney na sua campanha vitoriosa de 2012.

    Comício

    Falando com uma multidão em Raleigh, na Carolina do Norte, Biden, de 81 anos, reconheceu não debater mais como costumava e confrontou os questionamento sobre sua idade. “Sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio”, disse. “Não falo tão fluentemente quanto antes. Mas sei o que sei. Sei como dizer a verdade. Sei o que é certo e o que é errado. E sei como fazer esse trabalho.”

    A performance no comício de Biden contrastou com o alarme expressado na mídia e entre estrategistas políticos, mesmo por alguns dos mais antigos apoiadores de Biden, imediatamente após o debate de quinta-feira à noite. Joe Scarborough, o apresentador da MSNBC e um forte defensor do presidente, disse que as perguntas sobre sua capacidade de concorrer agora eram inevitáveis. A ansiedade começou minutos após o início do debate, quando Biden parecia divagar no confronto com Trump, de 78 anos.

    Michael Tyler, diretor de comunicações da campanha de Biden, disse que não houve conversa interna sobre sua substituição na chapa “de forma alguma”. Os comentários seguiram esforços de oficiais da campanha para tranquilizar doadores e arrecadadores.

    Ex-presidente

    Obama apoiou seu ex-vice-presidente, postando no X que “noites ruins de debate acontecem”, aludindo ao seu próprio desempenho no primeiro debate de sua campanha de reeleição, em 2012. “Confie em mim, eu sei. Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou por pessoas comuns a vida inteira e alguém que só se importa consigo mesmo”. Ele acrescentou: “A noite passada não mudou isso, e é por isso que há tanto em jogo em novembro”.

    Mesmo com os líderes democratas prometendo confiança em Biden, especialistas e estrategistas políticos expressaram abertamente dúvidas sobre sua capacidade de levar a eleição até o fim. Em alguns casos, pediram que Biden abrisse caminho para um novo indicado. A única maneira de os democratas substituírem Biden é ele desistindo da corrida e entregando os delegados prometidos a ele. Neste ponto, sua substituição seria decidida no plenário da Convenção Nacional Democrata, em agosto.

    Todos os delegados de Biden se tornariam “não comprometidos”. A convenção poderia se tornar uma campanha em si. A vice-presidente Kamala Harris não seria a indicada automaticamente, mas seu status a torna uma candidata viável, especialmente se Biden declarar apoio a ela.

    O Partido Democrata tem uma série de estrelas políticas, incluindo o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer. Todos têm sido apoiadores de Biden.

    A Constituição americana não permite mais de dois mandatos para presidente, consecutivos ou não. Obama não poderia tentar se candidatar novamente e, se vencer, Trump, de acordo com as regras atuais, não pode tentar a reeleição em 2028. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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