• Biden alerta que Milton pode ser pior furacão a atingir Flórida em 100 anos

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  • 09/out 07:45
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    Milhões de moradores em fuga causaram engarrafamentos gigantescos nesta terça, 8, em estradas da Flórida e esgotaram as bombas de combustível a caminho de um local mais seguro, em um êxodo que pode ser um dos maiores na história do Estado antes da chegada do furacão Milton, previsto para a madrugada desta quarta-feira, 9. A tempestade cresceu e se tornou uma das mais potentes já registradas. Segundo o presidente, Joe Biden, será o “pior furacão a atingir a Flórida em 100 anos”.

    O Milton atingiu a categoria máxima – 5 – na segunda-feira, 7, com ventos de até 290 quilômetros por hora. Ontem, chegou a perder força, caindo para a categoria 4, com ventos de 265 quilômetros por hora, mas no fim do dia voltou a se fortalecer e foi reclassificado como categoria 5.

    Ele deve tocar o solo na região da Baía de Tampa, na Flórida, nas primeiras horas de amanhã. Todos, desde autoridades locais até o presidente, pediram ontem que os residentes vulneráveis deixem a região, uma área metropolitana de cerca de 3 milhões de habitantes que não sofre um impacto direto de um furacão há mais de um século.

    Até a manhã de ontem, 11 condados haviam emitido ordens de saída obrigatória ou voluntária para cerca de 5,5 milhões de moradores de áreas costeiras e de baixa altitude no Estado, segundo a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês). O número de condados e pessoas em áreas de retirada aumentou ao logo do dia de ontem.

    É a segunda vez em menos de duas semanas que a Flórida é atingida por um furacão, após a passagem do Helene, que deixou 230 mortos em vários Estados do sudeste americano. O Milton é a tempestade mais forte no Golfo do México desde 2005.

    Alertas

    Na Casa Branca, Biden chamou o furacão Milton de “uma questão de vida ou morte” e pediu que as pessoas deixem suas casas imediatamente. O presidente conversou com o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, que disse ter recebido total apoio de Biden. “Tudo o que nós pedimos, o governo nos forneceu”, disse DeSantis, também alertando para que os moradores se apressassem. “Se você for sair, saia agora”, disse.

    Em entrevista à CNN, a prefeita da cidade de Tampa, Jane Castor, foi ainda mais enfática. “Se você escolher ficar em uma das zonas de retirada, você vai morrer”, disse.

    Notícias falsas

    Biden adiou uma viagem planejada para Alemanha e Angola por causa da tempestade. “Eu simplesmente não posso estar fora do país neste momento”, disse. O democrata também falou sobre a desinformação em torno da resposta federal ao furacão Helene, espalhada pelo ex-presidente Donald Trump e outros conservadores republicanos. “Aqueles que fazem isso, o fazem para tentar prejudicar o governo”, afirmou o presidente.

    Autoridades do serviço de emergência em desastres emitiram vários avisos esta semana alertando que notícias falsas e rumores online sobre a resposta do governo aos furacões Helene e Milton prejudicaram os esforços para socorrer as vítimas. A diretora da Fema, Deanne Criswell, afirmou ontem que as alegações tornaram a agência alvo de críticas partidárias e colocaram vidas em risco. “É absolutamente o pior que eu já vi”, disse.

    Mudanças climáticas

    Em uma cena que se repetia em vários lugares da Flórida, dezenas de carros formavam ontem fila em um ginásio de Tampa para pegar sacos de areia para proteção de suas casas das inundações. O especialista em furacões Michael Lowry alertou que a maré de tempestade “poderia dobrar os níveis” registrados há duas semanas durante a passagem do Helene, que já provocou grandes inundações.

    Os cientistas afirmam que a mudança climática, provavelmente, desempenha um papel importante na rápida intensificação dos furacões, pois as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d’água, o que fornece mais energia às tempestades e, consequentemente, intensifica a potência dos ventos.

    A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) havia previsto que a temporada de furacões no Atlântico Norte (de junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano em razão da alta temperatura dos oceanos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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