• Bet que patrocina Corinthians não aparece em lista do Governo e é considerada ilegal

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  • 01/out 23:40
    Por Leonardo Catto / Estadão

    A Esportes da Sorte não aparece na lista de 192 bets autorizadas a operar divulgada pelo Ministério da Fazenda nesta terça-feira. Conforme apurou o Estadão, a empresa, que patrocina o Corinthians e a equipe feminina do Palmeiras, entre outros clubes, buscou a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) para retificação, já que diz ter cumprido todas as exigências da portaria 1.475/2024 – que estabelece os prazos de adequação das bets.

    O Corinthians reiterou que a Esportes da Sorte atendeu as demandas necessárias para a regularização desde o dia 20 de setembro. A portaria, de fato, dá até o dia 30 de setembro para indicação de marcas em atividade e os respectivos domínios de internet onde cada bet atua. Entretanto, isso vale apenas para aquelas que já haviam apresentado requerimento de autorização até 17 de setembro, data de publicação da portaria.

    Na prática, a norma prevê que todas as empresas que entraram com pedido até o dia 17 de setembro poderão operar enquanto sua documentação é analisada. Quem pediu após esse prazo estará ilegal. A mesma portaria proibiu as operações das bets que não entraram com o pedido de autorização, segundo análise do advogado Felipe Crisafulli, sócio da Ambiel, Belfiore, Hanna Advogados e especialista em direito desportivo.

    O patrocínio com o Corinthians foi assinado em julho, com um total de R$ 309 milhões por três anos de contrato. É o maior valor pago entre os oito clubes que a marca apoia. O acordo conta com cláusulas contratuais e não é dividido igualmente pelos três anos. Somando os demais clubes da Série A, a empresa desembolsa cerca de R$ 80 milhões anuais. Destes, somente o Grêmio não expõe a logo como patrocínio máster, mas conta com a marca na parte frontal do uniforme, próximo da gola.

    No Corinthians, a Esportes da Sorte se dispôs, inclusive, a bancar uma contratação de impacto, que foi o holandês Memphis Depay. No contrato, cerca de R$ 57,5 milhões estariam à disposição da equipe, a qualquer momento, para bancar a vinda de qualquer jogador midiático. No total, o holandês receberá R$ 70 milhões até o fim do contrato, em julho de 2026.

    A Esportes da Sorte chegou a manifestar o desejo de se tornar patrocinadora máster do Palmeiras, mas após selar o acordo com rival alvinegro deixou as negociações. O contrato com a equipe feminina vai até dezembro deste ano. Em julho, o Estadão apurou que ele seria cumprido até o fim, mesmo que a empresa também patrocinasse o Corinthians.

    OPERAÇÕES INVESTIGAM NOMES LIGADOS A ESPORTES DA SORTE

    Um relatório da Polícia Civil de Pernambuco aponta suspeita de que a Esportes da Sorte faça a lavagem de dinheiro de origem ilegal oriundo do jogo do bicho no Estado. Essa hipótese tem como base relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mostraram indícios diretos de atuação suspeita por parte da empresa.

    O proprietário da bet, Darwin Henrique da Silva Filho, foi preso no começo de setembro, junto da mulher, Maria Eduarda Quinto Filizola. A defesa do casal afirmou, na época, ter demonstrado a “regularidade e a legalidade das atividades profissionais” e pediu a revogação das prisões.

    A empresa de apostas é um dos alvos da Operação Integration, deflagrada em 4 de setembro e que também prendeu a influenciadora digital Deolane Bezerra, que diz ser vítima de injustiça. Mais tarde, Gusttavo Lima também teve um pedido de prisão emitido, mas a solicitação foi derrubada.

    Segundo escritório Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão, que defende Darwin Filho e a mulher, todos os questionamentos da polícia, segundo a defesa, “foram devidamente explicados e as dúvidas sobre as atividades da empresa Esporte da Sorte foram sanadas, demonstrando-se a regularidade e a legalidade das atividades profissionais”.

    Maria Eduarda deixou a prisão cinco dias depois. Já Darwin Filho permaneceu detido até dia 24, quando teve a soltura decretada.

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