Bebê precisa de home care para deixar UTI do HAC
A menina Lavínia Lima Frazão, de 10 meses de idade, internada em estado grave no HAC desde 16 de setembro de 2017, diagnosticada com uma encefalite herpética logo após completar 18 dias de vida, pode finalmente ir para sua casa e deixar a UTI do Hospital Alcides Carneiro. Isso porque, a família espera a liberação de uma home care, prometida pela Secretaria de Saúde após a conclusão de uma reforma na residência da família, também pedida pela pasta. A criança precisa de cuidados 24 horas por dia, necessitando do auxílio de aparelhos para respirar e se alimentar.
A mãe de Lavínia, Michele de Lima Frazão, 35 anos, tem outras duas meninas, uma de 12 anos e outra de 17, ela e seu esposo, o bombeiro hidráulico Gilmar Frazão, de 38 anos, dedicam seu tempo para cuidar da família e da criança, internada há 10 meses. Desde o dia 16 de setembro do ano passado, Michele fica 24 horas à disposição da menina no Hospital Alcides Carneiro. “Preciso ficar aqui durante todo o dia. Além dos cuidados essenciais, ela precisa trocar de posição de tempo em tempo para não ocasionar possíveis feridas. Enquanto isso meu esposo cuida das nossas filhas. Estamos ansiosos para levar a Lavínia para casa e reunir a família mais uma vez”, conta a mãe.
Michele Lima relata que, após dar entrada no hospital, a recém-nascida foi diretamente para a UTI, onde foi entubada. Durante os primeiros sete dias, seu estado de saúde piorou. Depois de perder todos os movimentos, ela ficou em coma profundo durante 20 dias. Quando acordou, recuperou alguns movimentos mas já não conseguia respirar sozinha.
Após ser internada no HAC, Lavínia também passou por uma cirurgia na cidade do Rio de Janeiro, devido a uma hidrocefalia. A nova enfermidade acabou de tirar todos os seus movimentos. Durante esses meses a criança sofreu com infecções, pneumonias, quatro cirurgias e uma parada cardiorrespiratória. Também foi necessário algumas transfusões de sangue. Como se não bastasse, um vírus de herpes causou uma lesão em seu cérebro, deixando-a deficiente visual.
“Minha filha é muito forte, lutou muito para sobreviver! Agora chegou a hora de irmos para casa. Aqui é um ambiente hospitalar, ela corre muitos riscos, mas estamos muito felizes com a promessa da Secretaria em nos disponibilizar a home care. Nossa casa está pronta para receber a Lavínia. Com a ajuda de muitas pessoas ela irá para casa”, conta a mãe.
A Home Care
Segundo a mãe, a médica que acompanha a criança, liberou sua ida para casa, mas, somente com uma “própria UTI” montada em sua casa, uma home care, com técnicos de enfermagem 24h, fisioterapeuta, neurologista, pediatra, oftalmologista, entre outros. Após a notícia, a mãe fez um pedido na Secretaria de Saúde. A pasta solicitou uma reforma na residência da família, com o prazo de 15 dias. Na sexta-feira dia 20 de julho, último dia do prazo estipulado pela Secretaria, a mãe recebeu a visita de uma representante da rede, dando aval para a instalação da home care.
“Fizemos tudo que eles pediram, e no prazo que eles solicitaram. Criamos uma campanha no Facebook e muitas pessoas nos ajudaram. A obra na nossa casa aconteceu e está finalizada, graças a ajuda de muitas pessoas. A Lavínia completa um ano em agosto, nossa esperança é comemorar seu aniversário em casa, junto com nossa família. Vamos esperar com muita esperança a home care que nos prometeram, tenho a palavra do secretário e acredito que vai acontecer. Finalizamos a obra e agora esperamos mais uma etapa desse milagre”, finaliza a mãe.
A Secretaria de Saúde confirmou, por meio de sua assessoria, que enviou uma equipe do Serviço de Atenção Domiciliar para avaliar as intervenções na estrutura do imóvel, na sexta-feira e que está em curso processo licitatório necessário para contratação da empresa que ficará responsável por prestar o atendimento de home care à paciente. Segundo a pasta, a previsão é que o atendimento com a equipe comece ainda no mês de agosto.