BC tem perda de R$ 7,609 bilhões com swap cambial em agosto
Após prejuízo de R$ 8,927 bilhões com sua posição em swap cambial em julho, o Banco Central registrou resultado negativo de R$ 7,609 bilhões em agosto com estes contratos pelo critério caixa.
Pelo conceito de competência, houve ganhos de R$ 2,260 bilhões. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.
O BC registrou ainda no período ganhos de R$ 1,611 bilhão com a rentabilidade na administração das reservas internacionais. Entram no cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.
O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou negativo em R$ 5,757 bilhões em agosto. Já o resultado das operações cambiais no período ficou negativo em R$ 3,497 bilhões.
No acumulado de 2021 até 3 de setembro, o Banco Central registra resultado positivo de R$ 8,630 bilhões com os contratos de swap pelo critério caixa. Pelo conceito de competência, houve ganhos de R$ 8,053 bilhões. O BC obteve prejuízo de R$ 5,035 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais no acumulado do ano. Já o resultado líquido das reservas ficou negativo em R$ 57,063 bilhões e o resultado das operações cambiais no período foi negativo em R$ 49,010 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, não visa ao lucro, mas fornecer hegde ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
Posição cambial líquida
A posição cambial líquida do Banco Central atingiu US$ 275,747 bilhões, conforme dados divulgados pela instituição. O montante tem como referência o dia 3 de setembro de 2021. No fim de 2020, essa posição estava em US$ 299,450 bilhões e, em agosto, em US$ 275,906 bilhões.
A posição cambial líquida traduz o que está disponível para que o BC faça frente a alguma necessidade de moeda estrangeira – como fornecer liquidez ao mercado em momentos de crise, por exemplo.
A posição leva em conta as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do BC (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Posição dos bancos
Os bancos fecharam agosto com posição vendida no câmbio à vista de US$ 10,110 bilhões. No fim de julho, essa posição estava vendida em US$ 13,528 bilhões.
As instituições financeiras atuam como contrapartes em operações cambiais. Assim, quando há remessas de moeda estrangeira ao exterior, elas fornecem dólares a empresas e fundos, por exemplo, para envio. Neste caso, a “posição vendida” das instituições tende a aumentar.
Em movimento contrário, quando há entrada de recursos no Brasil, as instituições financeiras recebem os dólares, o que reduz a “posição vendida” ou eleva a “posição comprada”.
A posição dos bancos no mercado à vista também é alterada sempre que o BC realiza leilões de dólares. Assim, quando o BC vende moeda aos bancos, a posição vendida à vista tende a diminuir.