• BC: inflação ao consumidor continua se revelando persistente

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  • 04/08/2021 19:26
    Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues / Estadão

    Após insistir durante meses que a subida da inflação no Brasil era temporária, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central admitiu nesta quarta-feira, 4, que a alta dos preços ao consumidor “continua se revelando persistente”. O colegiado elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,00 ponto porcentual, de 4,25% para 5,25% ao ano, e já sinalizou um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião, em setembro.

    “Os últimos indicadores (de inflação) divulgados mostram composição mais desfavorável. Destacam-se a surpresa com o componente subjacente da inflação de serviços e a continuidade da pressão sobre bens industriais, causando elevação dos núcleos. Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, justificou o Copom.

    O colegiado reiterou que as a diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.

    Ainda assim, o balanço de riscos do Copom segue com fatores em ambas as direções. De um lado, o comitê apontou que uma possível reversão parcial do aumento dos preços de commodities em reais pode produzir uma inflação menor que a esperada.

    Por outro lado, permanece o risco de que o prolongamento de medidas fiscais de combate à pandemia possa piorar a trajetória fiscal e elevar os prêmios de risco no País. Além disso, mesmo com a melhora recente dos indicadores da dívida pública, o BC considera que o risco fiscal continua elevado, criando uma assimetria altista no balanço de riscos.

    Mais uma vez, o Copom reforçou que perseverar no processo de reformas é essencial para a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, repetiu o comunicado.

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