• Bauernfest em Petrópolis!

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  • 26/06/2018 08:28

    Petrópolis, 175 anos de existência e nem parece, ante sua exuberância e privilegiados contornos topográficos e história. Desde sexta-feira, 22/06, iniciou-se às 18h, (vitoriosos depois do sofrimento ocasionado em virtude do jogo entre o Brasil e a Costa Rica, levando-se em consideração de que o brasileiro deixa tudo à última hora,) estamos a reviver mais uma Bauernfest na alegria de seu povo. A festa se prolongará até o dia 1º/07. Constitui-se no 2º. maior evento estadual e segue as pegadas da famosa Oktoberfest de Blumenau-SC onde estivemos por diversas vezes. É um espetáculo nos moldes da “Marquês de Sapucaí” ou das “Grandes Sociedades” cariocas do século passado em carros alegóricos e alegria. É o convívio constante da arte, folclore, culinária, alegria e cultura por todos os cantos da cidade pelo vigésimo nono ano consecutivo constituindo-se um de seus principais pilares o Clube 29 de Junho entidade que tem em sua Presidência a Sra. Emygdia Hoelz.

    Temos muito que agradecer a Julio Frederico Köeler, aos nossos Colonos espalhados nas diversas famílias que formaram esta cidade, aos queridos Imperadores, aos nossos governantes e demais munícipes que a mantém bela e soberana. Ao compulsar a obra “Gratacós, o reencontro com a missão” – 1996, fls. 85/86, de autoria do escritor Paulo César dos Santos, tomei conhecimento de que a tradicional Bauernfest nasceu do desejo do então prefeito municipal Paulo Gratacós, em 1989, transformá-la em evento de larga projeção.

    Ao retornar das lides diárias, em sua maioria no Rio de Janeiro, contemplo a maravilhosa cidade, agora elevada a Patrimônio da Humanidade não obstante à violência que a assola e, a nós causa insegurança. Cabisbaixos e temerosos transitamos por suas ruas vestidos em couraça e medo. São 18h, da janela descortina-se em alaranjado vindo lá do céu, ora misturando-se ao cinza, entremeado a nuvens que, poluição ou não, enfeitam o cenário.

    Em pleno cais do porto, mil navios importam e exportam produções e outras tantas mãos controlam guindastes e cada módulo vai ganhando um espaço novo. Em cada fardo, sob o olhar lânguido e esquivo do estivador que canta e assovia escudando sua dor e o suor brota em cada face esmaecida. Vejo imensos lay outs vendendo café, lingeries e muita cerveja. Out doors infestam a avenida e em meio ao tumulto todo mundo quer ser… presidente, deputado, senador ou vereador.  Nem a Lava Jato os afasta dessa saga. Alguns possuem méritos, outros entram em aventura.

    Sinto cheiro de sabão da América Fabril, são muitos e loucos automóveis no zum-zum-zum do povo que corre e tem pressa. Uma batida ali, um estilhaço acolá. Vou deixando a Avenida Brasil sem um adereço sequer, não se pode usar nem um pequeno adorno porque o povo teme os saques inesperados.

    Subindo a serra, o ar se renova, sinto o cheiro de mato e ouço coaxar dos sapos e sinfonia de cigarras, grilos em algazarra unidos ao coral de andorinhas que, de galho em galho disputam melhor espaço. Do alto, aos pés do Cristo, avisto um imenso manto bordado de luz, meu coração descompassa, tal qual milagre, me refaz, me emociono e sorrio, nem acredito, mas é verdade, Petrópolis, está diante de meus olhos, aproximo-me, aperto a doce colina em meus braços e sinto o quanto estou perto do pedaço do céu ainda mais nessa época repleto em hortênsias, trajes típicos, música e gratidão aos que  contribuíram e aos que continuam a cooperar a que ela seja um altar esculpido nas montanhas. 

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