• Barco adernando

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  • 29/10/2016 09:00

    A crise financeira que se abate sobre o Estado do Rio de Janeiro, não tem caráter somente preocupante, mas alarmante.

    O caos instalado, principalmente, nas áreas da segurança pública e da saúde demonstram a real situação em que vive a população fluminense.

    Na primeira, tiroteios em vários locais da “cidade maravilhosa”, a se destacar como os ocorridos em bairros da zona sul, obrigando o comércio a cerrar suas portas e a população atarantada, descontrolada, a correr pelas ruas fugindo da baderna e de balas perdidas.

    Tudo isso em pleno dia, a denegrir, infelizmente, a imagem da Cidade Maravilhosa e a causar espanto, desconfiança e insegurança àqueles que visitam a cidade, por razões diversas.

    Na segunda situação, ou seja, a saúde, a falta de remédios em hospitais, o péssimo atendimento aos pacientes, sem falar na bandidagem que chega a invadir tais unidades em plena luz do dia.

    A verdade é que ainda persiste a esperança; contudo, enquanto acreditamos que a crise possa vir a ser superada, acabamos por assistir repetidos conflitos armados em diferentes pontos da capital fluminense, tudo de modo a preocupar àqueles que labutam, no dia a dia, em busca do próprio sustento e da família.

    O povo fluminense, que há pouco viu encerradas as olimpíadas e as paralimpíadas, percebe que o estado está a mergulhar numa crise sem precedentes e o pior, sem que se possa vislumbrar perspectivas mais otimistas para se livrar do caos instalado.

    A rede hoteleira a reclamar da crise; o secretário da segurança pública entregando o cargo ao governador do estado, naturalmente em razão da falência de área tão sensível, embora depois de realizar trabalho profícuo, que pode até ser contestado, porém nunca negado; o poder público sem condições de pagar os vencimentos do funcionalismo, enfim, tudo levando a crer que, realmente, o quadro é gravíssimo.

    Além do caos que faz caracterizar a “falência”, há que se destacar que o básico, em outras esferas de atuação do poder público, com direta influência na população, deixa delineado que o mesmo esteja totalmente ausente e sem a atuação devida e esperada por todos.

    O que se observa é que a “doença” contraída está longe da cura, até porque o rombo das contas deve atingir a dezenove bilhões de reais, no final do corrente exercício.

    Preocupado, também, o funcionalismo público que deve estar prevendo não receber o 13º salário e, quiçá, o vencimento a ser pago em dezembro.

    E, para finalizar, ante a falta de combustível para abastecimento dos veículos oficiais, especialmente àqueles à disposição da área da segurança pública, já podemos imaginar o que nos aguarda, ou seja, que o barco está adernando, o que é lamentável.

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