• Balões são principal causa dos incêndios florestais

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  • 20/04/2016 10:45

    O número de incêndios florestais registrados neste mês de abril já surpreende o 15° Grupamento de Bombeiros Militar (15°GBM). Quatro incêndios foram combatidos nos últimos dias em Petrópolis e no distrito de Itaipava. Ainda distante do fim do mês, o número já ultrapassa os dados de abril de 2015. A probabilidade das causas serem por combustão espontânea são mínimas e na mesma data, no ano passado, as três queimadas foram em pequenas áreas e o motivo também foi outro. A mudança se dá por consequência da estiagem, que tem como principal característica o tempo seco e o grande número de balões que têm sido soltos. Um artefato de grande porte e outros dois menores foram apreendidos esse mês em Itaipava por meio de denúncias que havia um artefato com risco de queda na localidade conhecida como Vale da Lua, em Itaipava. 

    O objeto, que tem mais de 20 metros de altura e, pelo menos, 10 de diâmetro, é feito de papel e arame. Ele foi levado para o 15°GBM e apresentado na manhã de ontem à imprensa. Apesar de conter material explosivo dentro de uma cangalha de fogos, nenhum dano foi causado. Posteriormente o balão será incinerado. 

    O comandante do 15°GBM, tenente-coronel Agostinho Sequeira Lopes, falou sobre a antecipação da estiagem e sobre os cuidados que devem ser tomados nas áreas de vegetação. “Até março a grande preocupação foram os deslizamentos, mas o mês passou e as chuvas não vieram. Ao longo do período de junho a outubro a vegetação é seca, porém a massa de ar quente está travando a frente fria e geralmente esse fenômeno só acontece no inverno. O período de estiagem se antecipou porque em abril não tivemos chuvas. A vegetação seca já pode ser vista e a possibilidade de uma fonte de ignição pequena se torna um problema grande. O incêndio é um fogo sem controle e estamos tentando conscientizar as pessoas de que fazer fogueiras nas matas, descartar guimbas de cigarro em locais inapropriados, colocar fogo em lixeiras e soltar balões são atos perigosos”, destacou Agostinho.

    No mês de março, uma queda de balão foi registrada no bairro Retiro. Os moradores combateram as chamas, que não causaram danos às residências, porém assustaram a vizinhança. Na época, a aplicação da punição foi comentada pela delegada da 105ª Delegacia de Polícia, Juliana Ziehe, que fez a apreensão do artefato. Ela falou à Tribuna sobre a dificuldade de encontrar o autor e destacou que os balões soltos em um determinado local podem vir a cair em outra região. 

    O crime ambiental é previsto pela Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências. O artigo 42 é específico ao crime e diz que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou em qualquer tipo de assentamento humano, prevê pena de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

    Soltar balões é uma prática criminosa, que expõe a risco a fauna, flora, residências, hospitais, escolas, fábricas, postos de combustíveis e, acima de tudo, a vida, já que queimaduras e amputações são um perigo frequente para quem manuseia balões e fogos de artifício. Em caso de incidentes, o CBMERJ 193 deve ser acionado e, caso haja queda, o local deve ser evacuado. Para denunciar a prática basta ligar para o 190.


    Incêndios florestais já ultrapassam dados para o mesmo mês de 2015 

    No último ano, entre os meses de junho a dezembro, uma área de 10.002.085m² foi devastada pelas queimadas que aconteceram em Petrópolis. O número corresponde 100,21ha (pouco mais de mil campos de futebol). Os meses com maior índices de eventos de fogo foram de julho a outubro, onde foram registrados 151 incêndios florestais na região de Petrópolis. Em Itaipava, de agosto a outubro foram os meses mais críticos e aconteceram 85 incêndios. 

    Na última segunda-feira, um incêndio florestal em uma região do Parnaso, conhecida como Morro do Cobiçado, atingiu uma área de seis hectares, que corresponde a seis campos de futebol. O fogo começou pela manhã e o chamado ao 15° Grupamento de Bombeiros Militar foi feito por volta das 11h. Até o fim da tarde as duas frentes de combate, com cinco militares do Corpo de Bombeiros e seis brigadistas do parque, estiveram mobilizadas para extinguir as chamas. O combate só terminou no fim da tarde. Agostinho confirmou que o lugar é isolado e que possivelmente a causa foi a queda de um balão. “A equipe chegou rápido ao local, mas dependendo da área de queda a tendência de perda é muito grande”, fala. 

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