• Baixa temperatura aquece vendas no comércio petropolitano

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 14/06/2016 18:50

    O inverno ainda nem chegou, mas as baixas temperaturas registradas nos últimos dias já estão aquecendo o movimento do comércio em Petrópolis. Em todo o centro da cidade o setor está comemorando o aumento das vendas. Em algumas lojas, as compras cresceram 80%. A procura por cobertores, luvas, toucas, cachecóis e até aquecedores (em falta nas principais lojas do centro da cidade) é o que está fazendo o petropolitano desembolsar mesmo em um período de crise econômica. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), Marcelo Fiorini, é comum que as vendas aumentem nesse período. Além disso, ressaltou que a presença de turistas e visitantes no último fim de semana contribuiu para que o setor ficasse ainda mais aquecido. A expectativa é que a situação se mantenha, uma vez que ainda nesse mês acontece a Bauernfest, festa que homenageia a cultura alemã, que traz um público ainda maior para o município. A expectativa é que o evento lote os hotéis no período. 

    Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que a temperatura na última semana ficou abaixo de 10ºC. Alguns termômetros da cidade chegaram a marcar zero grau e até temperatura negativa de -1ºC. Com isso, os comerciantes que trabalham com roupas de cama ficaram surpresos e bastante satisfeitos. Em uma loja da Rua do Imperador, as vendas aumentaram 80% comparando com o mês passado. Segundo a gerente Célia Schoralick, a maior parte do público foi atrás do cobertor, principalmente os de dupla face com pelo. Porém, outra peça que vem sendo bastante procurada é o roupão de microfibra que as pessoas têm usado para sair do banho e também por cima da roupa para aquecer a temperatura até dentro de casa. Os modelos e as estampas são dos mais variados. As fronhas do mesmo material, também estão na lista de produtos mais vendidos dos últimos dias. Para Célia, o inverno de 2016 realmente começou mais cedo. 

    Ivan Nunes, gerente da Lealtex há 43 anos, contou que o que mais surpreendeu desta vez foi a procura por cobertores para doações. Ele disse que as peças que custam até R$ 40 foram as mais vendidas e, com isso, a loja registrou um crescimento de 15% com relação ao mês anterior. Isso porque recebeu muitos clientes que estavam comprando para doar para famílias carentes e moradores em situação de rua.

    Para ele, se o clima continuar desse jeito, nem a fábrica vai dar conta de abastecer as lojas até o fim do inverno. “Já passamos por outras situações de frio intenso, mas há muitos anos. Desde 2013, pelo menos, que não vendemos tantos cobertores como agora”, disse, ressaltando que o número é ainda mais surpreendente por conta do ano de crise. “Desde o início de 2016, vínhamos com vendas negativas”, ressaltou. 

    Na loja, a equipe da Tribuna encontrou a aposentada Janice Guimarães, moradora do Caxambu, que disse que não faz frio assim em Petrópolis desde 1977. Ontem, a aposentada também era uma das clientes que estava a procura de um cobertor para esquentar os dias frios.

    Silvia Monteiro, gerente há 4 anos de uma loja que comercializa produtos de cama, mesa e banho, na Rua Irmãos D'Angelo, informou que vendeu cerca de 100 cobertores só nos últimos quatro dias. “O estoque abaixou e tivemos que fazer um pedido com urgência”, comentou. E não foram só os cobertores. A constante procura pelo roupão de microfibra fez com que o estoque do produto fosse zerado essa semana. “É a primeira vez que vejo isso acontecer”, comentou. 

    Para Fiorini, o setor continua trabalhando abaixo do que era registrado no ano passado, mas comparando com os últimos meses, o movimento melhorou de forma significativa. 


    Camelôs da Epitácio Pessoa comemoram movimento 

    Os camelôs que funcionam na Rua Epitácio Pessoa também estão comemorando os dias de baixa temperatura. Por lá, a procura é por toucas, luvas e cachecóis dos mais diversos tipos e cores, para adultos e crianças.Além disso, no local também são oferecidas calças de lãs e ponchos. 

    Em quatro dias, Marcelo Moura, que trabalha no local há 25 anos, vendeu mais de 100 pares de luvas. “O movimento está muito bom. Por aqui, o frio deu uma aquecida”, brincou. Márcia Alves, trabalha no camelô há 13 anos e está surpresa com a demanda repentina. Ela também já vendeu mais de 100 pares de luvas. No fim de semana o movimento foi maior de turistas, mas desde segunda, são os petropolitanos que tem marcado presença durante o dia todo. Para Márcia, o frio intenso pegou a todos de surpresa e o aumento do movimento foi apenas reflexo. 

    Na barraquinha da Viviane de Fátima o cenário se repete, mas ela contou que é comum que as vendas aumentem sempre que a temperatura cai. Para conseguir atender o público, ela e o marido revezam as idas para São Paulo, para trazer a mercadoria que é revendida aqui. No último mês a viagem precisou ser mais frequente a fim de não deixar o estoque zerar nesse período. 


    Últimas